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Renault estima que vendas acelerem em 2016

Depois de um raide policial e de uma forte queda em bolsa, a Renault estima um crescimento mais acelerado nas vendas em 2016, sustentada pela procura de novos modelos. A empresa será ouvida esta segunda-feira pelas autoridades francesas por causa do nível de emissões poluentes dos seus veículos.

Balint Porneczi/Bloomberg
18 de Janeiro de 2016 às 10:06
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A Renault estima que as vendas aumentem a um ritmo mais rápido em 2016 do que em 2015, tendo por base a procura por novos modelos. Segundo a produtora automóvel, a procura global por novos veículos deverá aumentar 1% a 2% este ano, escreve a Bloomberg.

Apoiados numa nova linha de veículos, "o nosso crescimento vai acelerar em 2016 e vamos melhorar a nossa posição em todas as regiões", disse Thierry Koskas, vice-presidente da Renault de vendas e marketing, em comunicado.

A fabricante francesa espera que os clientes sejam atraídos pelos novos modelos da marca, como o desportivo Kadjar.

As entregas aumentaram 3,3% para 2,8 milhões de veículos em 2015, impulsionadas por um crescimento de 10% na Europa, informou a produtora automóvel francesa também em comunicado.

A previsão da Renault tem lugar depois de uma semana em que se tornou público que a empresa foi alvo de um raide por parte da agência anti-fraude do Ministério da Economia francês no passado dia 7 de Janeiro, no âmbito de uma investigação sobre as técnicas de controlo das emissões poluentes dos produtores automóveis.

A informação levou a empresa a afundar em bolsa, arrastando consigo outras cotadas do sector automóvel. As acções da Renault chegaram mesmo a cair 20%, tendo perdido na sessão de quinta-feira, 14 de Janeiro, mais de dois mil milhões de euros de valor bolsista.


Entretanto, o Estado francês, accionista da empresa, informou através do ministro da Economia Emmanuel Macron, a 15 de Janeiro, que não pretende avançar com o plano de redução da sua participação na Renault até uma subida nas acções da fabricante automóvel.

A ministra do Ambiente de França, Ségolène Royal, exigiu à marca que tome medidas para reduzir o nível das emissões poluentes dos seus veículos, mesmo sem as conclusões da comissão que está a estudar este caso.

"Sem esperar as conclusões [da comissão técnica independente], a Renault tem de reagir imediatamente para ajustar os seus motores às normas", posicionou a ministra ao jornal Le Parisien. As conclusões são esperadas até ao Verão.


Após o escândalo da Volkswagen, foi criada em França uma comissão técnica independente – conhecida como Comissão Royal – que está a testar 100 modelos automóveis, 25 dos quais da Renault, correspondendo à sua quota de mercado em França.

A Renault disse estar disponível para colaborar com as autoridades e informou em comunicado na passada quinta-feira que "o procedimento em curso não evidenciou a presença de qualquer ‘software’ fraudulento", ao contrário do que sucedeu com a alemã Volkswagen.

Esta segunda-feira, 18 de Janeiro, os dirigentes da Renault serão ouvidos pela Comissão Royal.

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