A Renault vai abrir a sua primeira fábrica em território chinês em Wuhan, conhecida como Detroit da China, em referência à cidade norte-americana onde era produzida a maior parte dos veículos no país. Com 10 milhões de habitantes, Wuhan tem uma capacidade de produção automóvel na ordem dos 2,5 milhões de veículos por ano, escreve o El País.

A nova fábrica da Renault foi inaugurada esta segunda-feira por Carlos Ghosn, presidente da Aliança Renault-Nissan. "A China será o centro do nosso plano de crescimento mundial", disse o responsável, citado pelo jornal espanhol.

O investimento, de 870 milhões de euros, tem por base uma parceria com a fabricante local Donfeng, que produz também veículos da Nissan, da Peugeot-Citroën, Honda, Kia, entre outros, adianta o El País.

Esta nova unidade produtiva da marca francesa tem uma capacidade produtiva inicial de 150 mil veículos e 300 mil motores por ano. No entanto, Jacques Daniel, responsável da joint-venture entre a Renault e a Dongfeng, garantiu à Reuters que esta pode duplicar ou mesmo triplicar.

A Renault entra no mercado chinês numa altura em que abranda a procura no sector, mas isso não parece preocupar os responsáveis da marca francesa.

"Estamos a chegar tarde à batalha? Não, de todo, porque este mercado não vai parar", disse Jacques Daniel à imprensa na cerimónia de inauguração, citado pela Reuters. "Entrar num mercado de 20 milhões de veículos por ano não é nada mau para um produtor".

Depois do abrandamento profundo a meio de 2015 e de uma recuperação parcial no final do ano, estima-se que o mercado cresça entre 4% a 6% este ano, escreve a Reuters, acrescentando que estas perspectivas são positivas quando comparadas com os padrões europeus, mas que ficam aquém do crescimento a dois dígitos registados no país em anos anteriores.

A aposta da Renault passa por investir no segmento SUV, nomeadamente na produção do modelo compacto Kadjar. A meio do ano começará a ser produzida uma nova versão deste modelo e em 2017 a marca avança para o eléctrico Fluence, escreve a agência.

"Uma segunda linha [de produção] seria muito fácil de instalar (…) e temos espaço suficiente para uma terceira, se necessário", acrescentou Jacques Daniel.

Numa primeira fase, a nova fábrica da Renault vai empregar cerca de dois mil trabalhadores, escreve a Reuters.