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Fecho dos mercados: Renault trava bolsas europeias. Petróleo sobe

As bolsas europeias encerraram no "vermelho", pressionadas pelo sector automóvel, após ser divulgado que a Renault foi alvo de buscas. A subida do petróleo impulsionou as acções das petrolíferas que travaram uma queda maior.

Bloomberg
14 de Janeiro de 2016 às 17:25
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Os mercados em números

PSI-20 caiu 2,41% para 5.022,91 pontos

Stoxx 600 caiu 1,51% para 339,42 pontos

S&P 500 valoriza 0,99% para 1909,06 pontos

"Yield" a 10 anos de Portugal avança 2,1 pontos base para 2,691%

Euro recua 0,19% para 1,0857 dólares

Petróleo sobe 2,08% para 30,94 dólares por barril, em Londres

 

Sector automóvel pressiona Europa

As principais bolsas europeias encerraram no "vermelho" esta quinta-feira, com perdas em torno dos 2%, após duas sessões a valorizar. O índice europeu Stoxx 600 caiu 1,51% para 339,42 pontos. Chegou a recuar mais de 3% durante a sessão, para mínimos de Agosto, mas a valorização do sector de energia, motivada pela subida dos preços do petróleo, travou uma queda maior. O sector automóvel afundou, após ter sido revelado que a Renault foi alvo de buscas, por investigadores franceses anti-fraude. Entre as principais praças europeias, a bolsa grega liderou as perdas, ao cair 3,16%.

Em Lisboa, o PSI-20 caiu 2,41% para 5.022,91 pontos, com 15 empresas em queda, uma em alta e uma inalterada. Os títulos da Jerónimo Martins e da Nos foram os que mais penalizaram a negociação no PSI-20. A retalhista caiu 4,83% para 11,82 euros e a Nos desvalorizou 3,36% para 6,827 euros.

Juros sobem e prémio de risco aumenta

Os juros da dívida soberana portuguesa avançaram esta quinta-feira no mercado secundário, acompanhando a tendência de subida na Europa. A "yield" das obrigações a 10 anos, considerada a maturidade de referência, subiu 2,1 pontos para 2,691%. Um avanço superior aos juros das "bunds" alemãs que subiram 0,7 pontos para 0,574%. Nesse sentido, o prémio de risco pago pelos investidores para apostar na dívida portuguesa em detrimento da dívida alemã aumentou para 211,7 pontos.

Esta quinta-feira, A Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública (IGCP) colocou quatro mil milhões de euros em obrigações do Tesouro (OT) a 10 anos, numa operação que terá sido concluída com uma taxa de juro de 2,973%.

Taxas Euribor sobem

As Euribor a três e seis meses avançaram esta quinta-feira. A taxa a três meses avançou de -0,144%, o actual mínimo histórico, para -0,143%. A Euribor a seis meses subiu de -0,054%, o valor mais baixo de sempre, para -0,053%. Pelo contrário, as Euribor a nove e 12 meses recuaram para -0,009% e 0,048%, respectivamente, acima dos actuais mínimos históricos.

 

Euro desvaloriza

O euro está a recuar 0,19% para 1,0857 dólares, numa sessão volátil. A moeda única chegou a avançar um máximo de 0,61% para 1,0943 dólares, ultrapassando a fasquia dos 1,09 dólares, após ter encerrado a sessão anterior no "verde" pela primeira vez esta semana. Este ano, o euro ainda só avançou em três sessões. A procura do dólar está a pressionar o euro.

Petróleo sobe 2% afasta-se de mínimos da década

Os preços do petróleo estão a avançar esta quinta-feira, após ter transaccionado abaixo dos 30 dólares. O Brent do Mar do Norte, negociado em Londres, que serve de referência para as importações portuguesas, está a avançar 2,08% para 30,94 dólares por barril, depois de ter chegado a negociar nos 29,73 dólares, um mínimo de Fevereiro de 2004. O West Texas Intermediate (WTI), negociado em Nova Iorque, sobe 2,33% para 31,19 dólares, afastando-se de mínimos de 12 anos.

 

Brasil leva café para mínimos de dois anos

O café para entrega em Março está a desvalorizar 0,9% para 1,137 dólares por libra peso, em Nova Iorque. Tocou nos 1,135 dólares por libra peso durante a sessão, o valor mais baixo desde 28 de Janeiro de 2014. O Instituto de Geografia e Estatística do Brasil estima que a produção no Brasil pode crescer 12,5% este ano, beneficiando de um clima favorável de chuva. A previsão do aumento da oferta está a pressionar os preços.

 

Destaques do dia

 

Emissão de Portugal ascende a quatro mil milhões. Apesar da forte procura dos investidores, o IGCP decidiu colocar quatro mil milhões de euros em novas obrigações. Uma operação que terá sido concluída com uma taxa de juro de 2,973%.

 

Altri, EDPR, Jerónimo Martins e Nos são as preferidas do Caixa BI em 2016. O banco diz que as empresas com maior exposição à recuperação da economia portuguesa, capacidade para gerar "cash flow", reduzir endividamento e remunerar os accionistas são as que oferecem maior potencial.

Mais de 15 fundos espanhóis com obrigações do Novo Banco. São 10 as sociedades gestoras de activos que têm fundos de investimento em Espanha com obrigações que foram transferidas do Novo Banco para o BES. Entre elas encontra-se o UBS, o CaixaBank e o Bankinter. 
 

Schäuble: Bancos centrais podem ter gerado "bolhas" na China O excesso de liquidez provocado nestes anos de taxas de juro virtualmente nulas terá ajudado à emergência de bolhas especulativas e ajudará também a explicar as turbulências nas bolsas chinesas, diz ministro alemão.

Renault foi alvo de um raide do departamento anti-fraudeOs agentes anti-fraude do Ministério da Economia francês fizeram na semana passada um raide à Renault. A informação levou as acções da Renault a afundarem. Empresa já confirmou buscas e diz que está a cooperar com as investigações.

Fiat acusada de falsear venda de automóveis nos Estados Unidos.  Dois concessionários de Chicago deram entrada com um processo contra a fabricante automóvel, acusada de falsear os relatórios mensais de vendas de carros nos Estados Unidos. As acções da Fiat Chrysler afundam mais de 8%.

O que vai acontecer amanhã

Moody’s revê "rating" de Portugal. A agência de notação financeira Moody’s tem agendada para esta sexta-feira uma possível revisão do "rating" da dívida soberana de Portugal. Actualmente, a Moody’s atribui uma classificação de "Ba1", considerado investimento "especulativo" ("lixo") com perspectiva "estável".

Ecofin reúne em Bruxelas. Decorre esta sexta-feira, a reunião mensal dos ministros da Economia e das Finanças da União Europeia, em Bruxelas.

Resultados do sector financeiro. O Citigroup e a Wells Fargo apresentam esta sexta-feira os resultados de 2015.

Actividade turística em Portugal. O Instituto Nacional de Estatística (INE) publica os dados da actividade turística em Novembro.

Dados económicos nos EUA. Será conhecida a evolução das vendas a retalho e da produção industrial, em Dezembro, nos EUA.

Balança comercial na Zona Euro. O Eurostat publica o saldo da balança comercial em Novembro.

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