Marco António Costa, vice-presidente do PSD, desafiou o PS a deixar muito claro, "antes da apresentação do programa de um Governo legítimo que se preparam para derrubar", quais são os termos do acordo que estão a negociar com o PCP e o Bloco de Esquerda.

Em entrevista ao programa "Falar Claro" da Rádio Renascença, o dirigente avisa ainda a liderança socialista que se derrubar a coligação vencedora das eleições não poderá contar com o PSD para governar, viabilizando medidas que venham a ser rejeitadas pelos parceiros da extrema-esquerda.

"O Partido Socialista não pode querer construir uma coligação verdadeiramente negativa para nos derrubar e depois, naquilo que vier a ser importante para se poder manter no poder, estar a contar que pode ter como muleta o PSD", afirma o dirigente social-democrata. Mesmo que em causa esteja garantir compromissos internacionais, "o PSD não vai ser muleta de um Governo ilegítimo", frisa.

O dirigente social-democrata diz que o PS "terá que viver com as suas opções, com as suas escolhas do início até ao fim, e [enfrentar] o vier a acontecer nessas opções e nessas escolhas".

"O Partido Socialista estará consciente no que está a procurar fazer embarcar os portugueses, [pelo que] tenha a responsabilidade de tomar todas as precauções que são indispensáveis na vida pública para evitar colocar Portugal na circunstância de ter que andar novamente a viver situações de emergência".

Marco António Costa diz ser por isso fundamental que António Costa, líder do PS, apresente "com clareza" aos portugueses o que é que está a acordar. "Têm documentos, que apresentem os documentos, que os publicitem, que seja possível antes de iniciarmos o debate de programa do Governo conhecermos esses documentos e essas bases programáticas nas quais se querem basear para derrubar um Governo legitimamente eleito. Para que os portugueses saibam com clareza, quando estiverem a ouvir o programa de Governo apresentado pelo dr. Passos Coelho, o que é que os espera".

A apresentação do programa de Governo está marcada para 9 e 10 de Novembro, na Assembleia da República. Os partidos de esquerda, que estão a negociar um Governo alternativo, prometem rejeitar o documento e fazer cair o executivo de coligação PSD/CDS.