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Rabobank cauteloso com incerteza política em Portugal
O Rabobank destaca, numa nota para investidores, que a situação de incerteza política em Portugal mantém-se, surgindo notícias contraditórias sobre o avanço de uma aliança de esquerda "menos amigável dos mercados".
A situação de incerteza política mantém-se em Portugal, realça o Rabobank numa nota para investidores, emitida esta quarta-feira, 4 de Novembro. Os analistas do banco de investimento consideram que há notícias contraditórias sobre o avanço das negociações do PS para formar Governo e que a situação só deverá estar esclarecida após o debate na Assembleia da República de 10 e 11 de Novembro. Por isso, o banco mantém-se "relutante" em apostar na dívida portuguesa de longo prazo.
Os analistas destacam as "dificuldades" do PS em constituir uma alternativa viável de Governo de esquerda, tendo em conta o período longo de negociações com o BE e a CDU. "Esta seria claramente um resultado pouco amigável para os mercados devido à natureza de esquerda de um Governo formado pelo PS, BE e CDU (mesmo que os dois últimos partidos rejeitassem algumas das suas políticas mais extremistas)" considera o banco.
O Rabobank destaca ainda a disponibilidade demonstrada pelo PSD para retomar negociações com o PS e existência de uma facção do PS que se opõe à formação de uma coligação de esquerda, relatada nas notícias. Estes factores sugerem "o potencial de um grande acordo de cooperação" entre a coligação PSD-CDS e o PS, o que seria "um resultado amigável dos mercados", diz o banco.
Os juros da dívida portuguesa estão a recuar esta quarta-feira na generalidade dos prazos, acompanhando a tendência de queda na Zona Euro. A "yield" das obrigações a 10 anos - a maturidade de referência - está a cair 6,3 pontos base para 2,507%. Na Alemanha, os juros recuam 1 ponto para 0,564, fazendo cair o prémio de risco que os investidores pagam para apostar nos títulos portugueses em detrimento das "bunds" para 194,3 pontos.