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Commerzbank: “Eleições antecipadas em Portugal são prováveis em 2016”

Se tudo aponta para que o Governo de Passos Coelho tenha os dias contados, uma possível aliança à esquerda será difícil de gerir. Por isso, o mais provável é que também venha a cair, diz o Commerzbank. Novas eleições são prováveis já no próximo ano.

Mario Proenca/Bloomberg
06 de Novembro de 2015 às 09:22
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O Governo liderado por Pedro Passos Coelho deverá cair com a rejeição ao programa. E apesar das discordâncias internas do PS, um Governo à esquerda é possível. Ainda assim, será de pouca dura, diz o David Schnautz. Para o estratega de dívida do Commerzbank, quem quer que lidere o Governo estará numa posição complicada. Resultado? Novas eleições em 2016 são uma forte possibilidade.

"O actual Governo conservador minoritário (PSD-CDS), liderado pelo primeiro-ministro Passos Coelho, está prestes a cair, quando o Parlamento votar o programa dentro de três dias", aponta David Schnautz, numa nota de análise. O estratega de dívida do Commerzbank constata que "o Partido Socialista, o Bloco de Esquerda e o Partido Comunista afirmaram que vão usar a sua maioria absoluta combinada para derrubar o Governo".

Mas o especialista do banco alemão vai mais além e diz que, "apesar de concordarem na sua oposição ao actual Governo, está longe de ser claro se os três partidos irão formar um governo por conta própria". David Schnautz nota que, "por exemplo, há uma grande discórdia interna no Partido Socialista sobre se devem ou não aliar-se ao Partido Comunista".

"Mesmo que um governo de esquerda seja formado, achamos que é pouco provável que seja uma aliança sustentável", atira David Schnautz. O estratega do Commerzbank diz que, por isso, "quem quer que aponte os ministros, estará numa fraca posição de governabilidade". E é peremptório: "eleições antecipadas são prováveis em 2016".

Para o especialista, "é pouco provável que o ruído político diminua nos próximos tempos, tanto internamente como também em Bruxelas, depois de Portugal não ter obedecido na entrega da proposta do orçamento para 2016". "Contudo, penalizações e outras consequências graves não devem estar no horizonte", considera, apontando que, "fundamentalmente, o BCE irá continuar a comprar obrigações portuguesas sob o programa de compra de activos".

David Schnautz nota que "a dívida nacional beneficia do facto de a DBRS classificá-la como ‘BBB (baixo)’, isto é o último nível da classificação de ‘investimento". E atira que, "dado o registo mais passivo da DBRS, vemos o risco de um corte de Portugal para ‘lixo’ como muito baixo".

Uma posição que David Schnautz, a par de outros especialistas, já tinham transmitido, tal como o Negócios escreve na edição desta sexta-feira, 6 de Novembro. Colin Bermingham, um dos especialistas contactados pelo Negócios, defende que, num cenário em que Portugal teria quatro "ratings" numa classificação especulativa, "em teoria, o BCE deveria parar de comprar dívida". "Mas é provável que seja flexível", conclui.

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