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Bloomberg: Investidores preocupados com impasse político em Portugal

Uma análise da Bloomberg dá conta que os investidores em dívida pública portuguesa estão preocupados sobretudo com a perspectiva de que o próximo Governo em Portugal seja de curta duração e não consiga implementar reformas.

13 de Outubro - No dia anterior ao encontro, a coligação fez chegar ao PS as propostas socialistas que está disposta a aceitar ou as suas propostas que está disponível para deixar cair.
Miguel Baltazar/Negócios
20 de Outubro de 2015 às 09:05
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Os investidores estão cada vez mais preocupados com o impasse político em Portugal, de acordo com uma análise da Bloomberg publicada esta terça-feira, 20 de Outubro, que dá conta que os juros da dívida pública portuguesa têm subido nas últimas sessões, em contra-ciclo com os títulos de Espanha, Itália e Grécia.

 

A agência de notícias falou com vários analistas e investidores, concluindo que as suas principais preocupações residem na perspectiva de um Governo minoritário ter pouca capacidade de implementar reformas e durar toda a legislatura, independentemente se for liderado por Passos Coelho ou António Costa.

 

"De qualquer forma, estaremos a olhar para um Governo fraco que terá uma tarefa difícil em implementar medidas difíceis ou então novas eleições", afirmou à Bloomberg Owen Callan, da Cantor Fitzgerald, acrescentando que "não há certezas sobre qual dos cenários se vai concretizar e os mercados odeiam isso, pelo que é de esperar que as obrigações portuguesas continuem com um desempenho inferior".

 

Os juros da dívida pública portuguesa estão estáveis esta manhã, sendo que a Bloomberg assinala que nos últimos dias a "yield" dos títulos a 10 anos agravou-se em 8 pontos-base, com o "spread" face à dívida espanhola a subir 10 pontos-base.

 

"É provável que o Governo não consiga ter uma duração superior a 1 ano, uma vez que Passos Coelho estará à mercê dos socialistas cada vez que levar uma lei ao Parlamento", refere António Barroso, da Teneo Intelligence.

 

O Presidente da República inicia esta terça-feira uma ronda com os partidos políticos que elegeram deputados nas eleições de 4 de Outubro, sendo que Passos Coelho não conseguiu o apoio dos socialistas e António Costa não fechou ainda um acordo à esquerda para apresentar em Belém.

 

Federico Santi, da Euroasia, assinala que quanto mais parecer real um acordo à esquerda, maiores serão as concessões que Passos Coelho estará disponível para oferecer a António Costa. "Os riscos para a consolidação orçamental vão aumentar já que o Governo [de Passos Coelho] ficará sob pressão do PS para abrandar o ritmo do ajustamento".

 

No que diz respeito ao acordo à esquerda, António Costa terá dificuldades em negociar um orçamento que cumpra as regras europeias "sem irritar" o Bloco de Esquerda e o PCP, refere António Barroso.

 

Para Nuno Garoupa, da Fundação Francisco Manuel dos Santos, a melhor solução para Portugal passaria por o PS não bloquear o governo da coligação entre o PSD e CDS em troca de eleições em Outubro de 2016. "Se não tivermos eleições em 2016, vamos viver num pântano", afirmou.

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