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DBRS admite colocar “rating” de Portugal em “lixo”

A ameaça é real: o "rating" de Portugal pode regressar a "lixo" junto da DBRS. Em entrevista à RTP, a analista para Portugal diz que deve haver um claro compromisso político e que as reformas estruturais não podem ser revertidas.

Bruno Simão/Negócios
05 de Novembro de 2015 às 11:38
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A DBRS está de olho na evolução das negociações políticas em Portugal, mas também no compromisso face ao reequilíbrio das contas políticas. Deixa por isso o alerta de que, se houver menos empenho do próximo Governo e o crescimento desiludir, a dívida nacional volta a ser classificada como "lixo" pela agência de notação financeira.

"A notação financeira para Portugal poderá ser revista em baixa, se o compromisso político para uma política orçamental sustentável enfraquecer", disse Adriana Alvarado, analista da DBRS para Portugal, em entrevista à RTP. A especialista da agência canadiana acrescenta que o mesmo poderá acontecer, caso "o crescimento no médio prazo for menor do que o esperado".

A acontecer, esta decisão poderá ter um forte impacto na dívida nacional. É que o Banco Central Europeu tem em conta o "rating" atribuído por quatro agências, entre as quais a DBRS. O foco é que esta é a única que não classifica actualmente a dívida nacional como "lixo". Se passar a fazê-lo, isto poderá ter impacto nas compras de dívida portuguesa pelo BCE, bem como no acesso a financiamento pelos bancos nacionais.

Relativamente às negociações políticas entre os partidos da esquerda, Adriana Alvarado aponta que "ficaríamos preocupados com qualquer acordo que levasse a um enfraquecimento do compromisso político, em relação ao ajustamento orçamental e a uma prudência orçamental em geral". E vai mais longe, ao traçar uma linha vermelha: "ficaríamos preocupados se as reformas estruturais fossem revertidas".

Face a medidas que têm sido avançadas como estando no acordo entre o PS e o BE, entre estas a reposição e o aumento de salários e pensões, incluindo o salário mínimo, a analista da DBRS diz que "o anúncio destas medidas poderá espoletar receios, especialmente se não forem também adoptadas medidas compensatórias". "Mas não nos focamos em medidas individuais", atira.

"Analisamos o programa económico completo, analisamos a estratégia orçamental de longo prazo", diz Adriana Alvarado. E conclui que, "se um Governo estiver verdadeiramente comprometido com a Zona Euro, então terá de adoptar um programa económico credível, que garanta a redução da dívida pública". 

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