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DBRS: “Riscos políticos das eleições legislativas são baixos”

Os desafios que a economia portuguesa ainda enfrenta dão pouca margem ao próximo Governo. Esta é a perspectiva da DBRS, que não vê grandes riscos no sufrágio do próximo domingo. Mas alerta que um Governo minoritário aumenta o risco de eleições antecipadas.

Bruno Simão/Negócios
02 de Outubro de 2015 às 14:47
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A Standard & Poor’s defendeu que as reformas deverão continuar, quer a coligação PSD/CDS ou o PS ganhe as eleições. A Fitch sublinhou e diversos analistas já intervieram no mesmo sentido. Agora é a vez da agência DBRS apresentar o mesmo ponto de vista. E por isso acredita que a ida às urnas deste domingo, 4 de Outubro, tem riscos políticos baixos. Mas um Governo sem maioria absoluta aumentará o risco de um novo sufrágio antes do tempo.

"Os riscos políticos das eleições legislativas de Outubro são baixos, uma vez que o apoio popular continua concentrado nos grandes partidos", defende Adriana Alvarado, vice-presidente assistente da agência de notação financeira DBRS, numa nota de análise divulga esta sexta-feira, 2 de Outubro. A responsável justifica a posição com "o razoável grau de continuidade das políticas que também parece assegurado, mesmo se houver uma mudança no Governo".

A DBRS aponta que "uma vitória do PS deverá resultar num menor ritmo de ajustamento orçamental, mas aderindo às regras orçamentais da União Europeia". E acrescenta ainda que "grandes desvios face às actuais políticas não são esperados, uma vez que a reversão de algumas medidas de austeridade, incluindo os cortes salariais à função pública e a sobretaxa, está já incluída no Programa de Estabilidade 2015-2019".


"Por isso, a DBRS acredita que o próximo Governo deverá manter-se globalmente comprometido com a prudência orçamental", pode ler-se ainda no documento. Mas a agência de notação financeira destaca ainda, como factor positivo, o fraco apoio aos partidos mais radicais. A DBRS analisa que "o Tribunal Constitucional decidiu contra algumas das medidas de austeridade adoptadas pelo Governo, o que poderá ter sido entendido pela população como um factor de reequilíbrio".


Ainda assim, "as sondagens apontam que nenhum dos principais partidos irá obter uma maioria no Parlamento", nota a agência, e "a formação de uma grande coligação parece pouco provável". Neste sentido, analista a DBRS, "o resultado mais provável é um Governo minoritário, liderado por PS ou PSD/CDS, o que poderá aumentar o risco de eleições antecipadas".

 

Desafios mantêm-se

Se a DBRS acredita que os riscos políticos das eleições são baixos, a agência de notação financeira defende também que ainda há muito que fazer na economia portuguesa. "Independentemente do resultado das eleições, Portugal ainda enfrenta importantes desafios, relativamente a mais ajustamento orçamental e reformas estruturais", diz Adriana Alvarado. Isto se, explica, o país quiser "melhorar as suas perspectivas de crescimento no médio prazo".

A agência reconhece o "progresso que Portugal tem feito", nomeadamente no que toca à melhoria dos défices primário e orçamental, aos custos de financiamento, ao perfil de maturidades da dívida e aos reembolsos antecipados ao FMI. Mas há ainda que "reduzir os elevados níveis de dívida pública e o elevado endividamento das empresas".

E a DBRS acrescenta que "melhorar o potencial de crescimento de Portugal continua a ser um grande desafio para o país". "Por isso, a contínua implementação de reformas estruturais é ainda crucial para aumentar o nível de investimento, melhorar a competitividade do sector não-transaccionável e reduzir as restantes rigidezes do mercado laboral", considera a agência.

"Além disso, mais medidas estruturais deverão ser necessárias no longo prazo, de modo a apoiar a sustentabilidade das finanças públicas", destaca. A DBR considera, por isso, que "estes desafios deverão deixar o próximo Governo com pouco espaço de manobra".


(Notícia em actualizada às 15h27, com mais informação)

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