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Euribor a três meses cai para novo mínimo desde janeiro de 2023
Acompanhe aqui, minuto a minuto, o desempenho dos mercados desta segunda-feira.
Euribor a três meses cai para novo mínimo desde janeiro de 2023
A Euribor desceu hoje a três e a 12 meses em relação a sexta-feira, no prazo mais curto para um novo mínimo desde janeiro de 2023, e subiu a seis meses.
Com as alterações de hoje, depois de o Banco Central Europeu (BCE) ter descido as taxas diretoras em 25 pontos base em 06 de março, a taxa a três meses, que baixou para 2,456%, continuou acima da taxa a seis meses (2,422%) e da taxa a 12 meses (2,439%).
A taxa Euribor a seis meses, que passou em janeiro de 2024 a ser a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação com taxa variável, subiu hoje para 2,422%, mais 0,007 pontos.
Dados do Banco de Portugal (BdP) referentes a janeiro indicam que a Euribor a seis meses representava 37,75% do 'stock' de empréstimos para a habitação própria permanente com taxa variável. Os mesmos dados indicam que as Euribor a 12 e a três meses representavam 32,52% e 25,57%, respetivamente.
No prazo de 12 meses, a taxa Euribor recuou para 2,439%, menos 0,012 pontos.
No mesmo sentido, a Euribor a três meses baixou hoje, ao ser fixada em 2,456%, menos 0,022 pontos e um novo mínimo desde 23 de janeiro de 2023.
A taxa Euribor a três meses entra no cálculo da taxa base dos Certificados de Aforro, que é determinada mensalmente no antepenúltimo dia útil de cada mês, para vigorar durante o mês seguinte, e não pode ser superior a 2,50% nem inferior a 0%.
A taxa de juro bruta para novas subscrições de Certificados de Aforro, Série F, foi fixada de novo em 2,500% em março de 2025.
Em termos mensais, a média da Euribor em fevereiro voltou a descer a três e a seis meses.
A Euribor a 12 meses, que tinha subido em janeiro pela primeira vez depois de nove meses a cair, também desceu em fevereiro.
Assim, a média da Euribor a três, seis e a 12 meses em fevereiro desceu 0,177 pontos para 2,525% a três meses, 0,154 pontos para 2,460% a seis meses e 0,118 pontos para 2,407% a 12 meses.
Como antecipado pelos mercados, o BCE decidiu em 05 de março reduzir, pela quinta vez consecutiva em seis meses, as taxas de juro diretoras em um quarto de ponto, para 2,5%.
A presidente do BCE, Christine Lagarde, deu a entender que a instituição está preparada para interromper os cortes das taxas de juro em abril, numa altura em que os juros das dívidas soberanas estão a subir.
A próxima reunião de política monetária do BCE realiza-se em 16 e 17 de abril em Frankfurt.
As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 19 bancos da zona euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário.
Otimismo asiático contagia Europa e eclipsa tensões no Médio Oriente
As bolsas europeias arrancaram a semana em alta, numa altura em que o plano económico para estimular o consumo chinês está a eclipsar os receios de uma recessão económica nos EUA e um adensar das tensões no Médio Oriente. Os setores que registam o melhor desempenho esta segunda-feira são os que estão mais expostos ao mercado chinês.
O "benchmark" para a negociação europeia, o Stoxx 600, avança 0,26% para 548 pontos, beneficiando ainda de um reforço das verbas para a defesa por parte dos países da União Europeia (UE). Na terça-feira, o Parlamento alemão vai votar uma proposta para criar um fundo de 500 mil milhões para reforçar as verbas militares e investir em infraestrutura. Apesar de se antecipar uma aprovação, o índice alemão DAX é o único a negociar no vermelho esta manhã, embora com perdas de apenas 0,05%.
"A confluência das medidas económicas pró-ativas da China e os ajustamentos previstos da política orçamental na UE criaram um ambiente favorável para as ações europeias", explica Patrick Armstrong, analista da Plurimi Wealth, à Reuters. Desde o inicio do ano, o Stoxx 600 já valorizou cerca de 8% - um desempenho bastante superior ao seu homólogo norte-americano, que regista um saldo anual negativo.
Entre as principais movimentações do mercado, a QinetiQ Group afunda 20,34% para aproximadamente 4,18 libras, depois de a empresa britânica que se dedica a tecnologia de defesa ter revisto em baixa as suas expectativas de crescimento para este ano e para o próximo. Por sua vez, a Phoenix Group dispara 6,68% para 5,59 libras, depois de a companhia de seguros britânica ter registado resultados anuais acima do esperado.
Entre as restantes principais praças europeias, o italiano FTSEMIB avança 0,28%, o francês CAC-40 soma 0,21%, o britânico FTSE100 salta 0,15%, enquanto o holandês AEX ganha 0,40% e o espanhol IBEX 35 cresce 0,31%.
Juros aliviam na Zona Euro com Bundestag em foco
Os juros das dívidas soberanas da Zona Euro estão a aliviar esta manhã, numa altura em que todas as atenções se viram para o Parlamento alemão que vai votar na terça-feira um acordo para investir 500 mil milhões de euros em Defesa e infraestruturas. Para financiar este fundo, o executivo liderado por Friedrich Merz vai ter de emitir mais dívida, o que fez com que os investidores exigissem um cupão maior para comprar obrigações.
A esta hora, os juros da dívida alemã, que servem de referência para a região e que têm maturidade de 10 anos, corrigem das mais recentes movimentações e recuam 5,7 pontos para 2,816%. Já as obrigações francesas, com a mesma maturidade, cedem 7,2 pontos para 3,492%, depois de a agência de notação financeira Fitch ter mantido o "rating" do país em AA-, embora com um "outlook" negativo.
Em Portugal, os juros da dívida acompanham a tendência europeia e aliviam em 6 pontos para 3,305%, depois de a Fitch ter deixado inalterado o "rating" do país em A- com uma perspetiva positiva. Nos restantes países do sul da Europa, as obrigações espanholas caem 6,3 pontos para 3,436%, enquanto as italianas cedem 6,5 pontos para 3,931%.
Fora da Zona Euro, os juros da dívida britânica também estão em queda, embora menos substancial do que no resto da Europa. As obrigações do país aliviam em 1,8 pontos base para 4,650%.
Euro estável em máximos de cinco meses à espera do Parlamento alemão
O euro está a negociar praticamente inalterado face ao dólar, mantendo-se bastante próximo de máximos de cinco meses, numa altura em que o Parlamento alemão se prepara para votar a criação de um fundo de 500 mil milhões de euros para investir no setor da Defesa e infraestruturas.
O líder dos conservadores alemães Friedrich Merz anunciou na sexta-feira que o partido tinha chegado a um acordo com os Verdes e os sociais-democratas do SPD para conseguirem passar este diploma no Bundestag. Merz quer utilizar a antiga composição do Parlamento para conseguir mexer no chamado "travão da dívida", antes de enfrentar, a partir do dia 25 de março, um cenário ainda mais dividido e com a oposição ao fundo do partido de extrema-direita Alternativa para a Alemanha (AfD) e do partido de esquerda Die Linke.
A esta hora, o euro avança 0,01% para 1,0880 dólares, próximo dos máximos de cinco meses de 1,0947 dólares que atingiu na semana passada. Foi o valor mais elevado desde 11 de outubro, numa altura em que a moeda comum europeia beneficia ainda de uma fragilidade do dólar, que tem vindo a ser pressionado por um cenário de recessão económica.
O índice do dólar – que mede a força da moeda face aos seus principais concorrentes – recua 0,04% para 103,7 pontos, com a libra e o dólar australiano a registarem valorizações. Face à divisa nipónica, o dólar está a conseguir recuperar ligeiramente de mínimos de cinco meses, crescendo 0,15% para 148,86 ienes.
Neste contexto, os analistas do Société Générale veem o euro a atingir os 1,13 dólares até ao final do ano, enquanto cada dólar deverá valer 139 ienes. Estas previsões refletem "as mudanças orçamentais na Alemanha, a fragilidade auto-infligida da economia norte-americana e a saída do Japão de um cenário de deflação".
Cenário de estagflação nos EUA continua a dar força ao ouro
A onça de ouro está a negociar em alta esta segunda-feira, muito próxima da marca dos 3 mil dólares que atingiu na semana passada, numa altura em que as tensões geopolíticas a nível mundial continuam a reforçar o prémio de risco sobre o metal precioso.
O ouro avança, a esta hora, 0,12% para 2.987,84 dólares por onça, depois de ter tocado nos 3.004,86 dólares na sexta-feira. Os investidores continuam bastante apreensivos em relação aos impactos que as tarifas de Donald Trump podem ter na economia norte-americana, numa altura em que um cenário de recessão está em cima da mesa.
Este domingo, o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, não descartou um retrocesso na evolução da economia norte-americana, afirmando que "não há garantias" de que não vai haver uma recessão. Esperam-se vários ajustes agora que a política comercial protecionista de Trump já está em marcha, principalmente no que diz respeito à inflação.
"Este ‘rally’ do ouro está a ser impulsionado por um cenário de estagflação [uma situação simultânea de estagnação económica com altas taxas de inflação]", começa por explicar Kelvin Wong, analista da OANDA, à Reuters. O analista espera que o ouro continue a registar um bom desempenho, embora antecipa que o metal precioso negoceie entre os 3,016 dólares e os 3,030 dólares por algum tempo.
O adensar das tensões no Médio Oriente também está a reforçar o prémio de risco sobre o ouro, depois de um ataque norte-americano aos houthis do Iémen. Espera-se que a pressão sobre os rebeldes continue nos próximos tempos, numa altura em que Israel intensificou a ofensiva em Gaza e matou 15 pessoas nas últimas 24 horas.
Petróleo em alta com ataque dos EUA ao Iémen
O barril de petróleo está a negociar pelo segundo dia consecutivo em alta, impulsionado pelo plano das autoridades chinesas para estimular a procura interna, neste que é o país que mais importa crude no mundo. A matéria-prima está ainda a ser impulsionada por uma escalada nas tensões no Médio Oriente, depois de os Estados Unidos terem atacado os rebeldes houthis do Iémen.
A esta hora o Brent – de referência para o mercado europeu – ganha 0,75% para 71,11 dólares, enquanto o West Texas Intermediate (WTI) - de referência para os EUA – valoriza 0,79% para 67,71 dólares. Apesar de ainda não ter revelado medidas em concreto, os planos chineses passam por estimular o consumo através de um reforço nos salários e no mercado de trabalho, prometendo ainda políticas para estabilizar os mercados e dar ímpeto ao mercado imobiliário.
No Médio Oriente, os EUA atacaram várias localizações iemenitas que dizem ser controladas pelos rebeldes houthis, que contam com o apoio do Irão. Este domingo, o chefe do Pentágono, Pete Hegseth, afirmou que os ataques contra esta milícia armada vão continuar a ser "implacáveis" até que o grupo deixe de atacar embarcações civis e militares no Mar Vermelho.
Apesar das movimentações desta segunda-feira, o crude continua muito longe dos máximos de 2025 atingido em janeiro, numa altura em que o intensificar da guerra comercial entre os EUA e os seus parceiros e a decisão da OPEP+ (Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados) de abrir as torneiras já em abril continuam a pressionar os preços do petróleo.
Ásia em alta com estímulos económicos chineses em foco. Europa aponta para o verde
As bolsas asiáticas arrancaram a semana no verde, com os investidores a digerirem o mais recente plano das autoridades chinesas para impulsionar o consumo no país. Pela Europa, a negociação de futuros aponta para uma abertura em alta, apesar do clima de incerteza geopolítica mundial, com o ataque dos Estados Unidos aos rebeldes houthis do Iémen a adensar as tensões no Médio Oriente.
O novo plano chinês promete "iniciativas especiais" para estimular a segunda maior economia mundial e tem como principal objetivo estimular a procura interna através de um aumento razoável dos salários e reforçando o apoio o mercado laboral país. Estão igualmente previstos mecanismos para estabilizar os mercados bolsistas e o desenvolvimento de produtos financeiros pelos investidores privados.
Em reação a este plano, o Hang Seng, de Hong Kong, e Shanghai Composite encerraram a sessão desta segunda-feira em território positivo, com valorizações de 0,9% e 0,2%, respetivamente. Os investidores ainda estiveram a digerir novos dados económicos que apontam para um consumo em expansão na China, com as vendas a retalho a crescerem 4% em comparação com janeiro e fevereiro do ano passado – uma aceleração dos 3,7% registados em dezembro.
O otimismo espalhou-se ainda pelas restantes praças asiáticas. Os japoneses Nikkei 225 e Topix valorizaram 0,9% e 1,2%, respetivamente, numa altura em que as "yields" de longo prazo do país atingem novos máximos. Os juros da dívida nipónica a 40 anos tocaram em valores nunca antes vistos, nos 3,007%, enquanto as obrigações a 30 anos negoceiam em máximos de 2006.
Na Coreia do Sul, o Kospi cresceu 1,73%, enquanto o australiano S&P/ASX 200 saltou 0,83%.