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PS critica recondução de Carlos Costa, que não tem o “respeito” dos deputados

Ferro Rodrigues atirou-se esta manhã à recondução de Carlos Costa como governador do Banco de Portugal. Entre críticas à falta de diálogo do Governo, o líder da bancada do PS sublinhou que Carlos Costa não é consensual.

05 de Junho de 2015 às 13:07
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"Acha normal que, depois da gravidade do que se passou no BES, o Governo nomeie para mais cinco anos alguém que não tenha o consenso e respeito generalizado desta Assembleia?". Foi assim que Ferro Rodrigues, líder da bancada socialista, criticou a recente nomeação de Carlos Costa para novo mandato de cinco anos à frente do Banco de Portugal. Os socialistas queixam-se de não ter sido ouvidos, Passos contrapôs: foi um Governo PS que nomeou Carlos Costa em 2010.

 

"Carlos Costa foi escolhido pelo PS para ser governador. Foi pelo Governo do PS. Creio que é preciso ter isso em conta", respondeu Passos Coelho. E a propósito de a decisão não ter sido discutida com o PS, o primeiro-ministro voltou a puxar a fita atrás. "Na altura eu liderava o maior partido da oposição em 2010" e "ninguém me pediu para fazer nenhuma proposta para o lugar de governador do Banco de Portugal". "Ainda bem, porque eu não tenho que ser ouvido ou dar sugestões" para lugares cuja nomeação cabe ao Governo.

 

Por outro lado, Passos diz que seria "perfeitamente plausível que auscultássemos o maior partido da oposição" sobre um mandato com um perfil novo. "Mas não faz sentido perguntar ao PS se acha que [Carlos Costa] tem perfil para governador do Banco de Portugal, quando foi escolhido pelo PS para governador. Não é problema de perfil!", sustentou.

 

Passos avalia positivamente mandato de Carlos Costa

 

"Trata-se de saber se devemos ou não avaliar o seu mandato. Eu avalio positivamente o mandato do senhor governador e por isso o Governo o indigitou para um segundo mandato", esclareceu Passos Coelho. Ferro Rodrigues contrapôs: "avalia, mas na sua bancada há muita gente que não avalia", tal como nas restantes bancadas. "Não interessa saber quem nomeou há cinco anos, mas sim a prática destes últimos cinco anos", frisou Ferro Rodrigues.

 

Ferro Rodrigues já tinha criticado o facto de Passos Coelho ter enviado para Bruxelas uma "proposta de reforma da Zona Euro sem nenhum debate em Portugal". "Acha normal?". Passos negou que isso tenha acontecido: as propostas que defende no documento são públicas, sublinhou, e o PS podia ter tomado a iniciativa de as apresentar.

 

O líder parlamentar do PS também lançou críticas ao facto de a "principal responsável ao inquérito às chamadas ‘mini-listas VIP’" ter "trabalhado até Outubro [de 2014] no gabinete do colega de Governo Paulo Núncio". "Acha que é normal?", perguntou Ferro a Passos.

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