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Marcelo: “Não se pode correr o risco ser desrespeitoso para as vítimas”
O Presidente da República deu uma entrevista ao Diário de Notícias em que pede respeito pelas vítimas dos incêndios de Pedrógão Grande.
Marcelo de Sousa não critica directamente nenhum dos partidos, mas pede "cabeça fria" aos protagonistas políticos e afasta teorias da conspiração: em democracia "não há desaparecimento de vítimas".
Ao DN, o Presidente diz que não lhe "passa pela cabeça que, quem quer que seja, a pretexto de desdramatizar, possa minimizar o apuramento cabal dos factos e das responsabilidades". Portugal é uma democracia e "em democracia não há desaparecimento de vítimas, não há, como se contava de algumas ditaduras estrangeiras, aviões a lançar corpos no mar. Isso não existe".
Marcelo considera que a tragédia de Pedrógão é "um facto particularmente relevante e grave", mas pede "cabeça fria". O que não significa que se deva travar o apuramento dos factos. Pelo contrário. Por exemplo, em relação à possibilidade de haver mais vítimas para além dos 64 oficiais, o Presidente pede clareza: "ou está vivo ou está morto, não pode haver uma terceira qualificação", sublinha ao DN.
Ou seja, não pode ficar a ideia de que "por razões políticas, se minimiza o que não deve ser minimizado", mas, ao mesmo tempo, não pode ficar a sensação de que se "maximiza e se lida com uma tragédia que pode correr o risco de ser considerada desrespeitosa para as próprias vítimas e para os familiares".
A entrevista completa será publicada no próximo fim-de-semana.