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PSD diz que "indigno é não ter chegado um cêntimo de dinheiro público" às populações afectadas pelos incêndios
O PSD devolveu hoje ao Governo as acusações de atitudes indignas na polémica em torno da lista de mortos nos incêndios de Pedrógão Grande e avisou que este caso não está encerrado.
Em declarações aos jornalistas, no parlamento, Carlos Abreu Amorim, vice-presidente da bancada do PSD, utilizou a mesma palavra -- indigno - usada pelo executivo para dizer que "indigno é não ter chegado, até ao momento, um cêntimo de dinheiro público" e de donativos às populações afectadas pelos incêndios de Junho na região centro.
Como é indigno, repetiu, que o Governo tenha adiado para Setembro a aprovação de um projecto de lei do PSD, que tinha o apoio do PCP e do BE, que criava "um mecanismo urgente extrajudicial" para acelerar a reparação de danos às famílias dos mortos e dos feridos.
O primeiro-ministro, António Costa, considerou ontem "absolutamente lamentável" o que aconteceu esta semana em termos de especulação e de aproveitamento político relativamente ao número de mortos na tragédia do incêndio de Pedrógão Grande.
"Foi absolutamente lamentável o que aconteceu esta semana em termos de especulação e em termos de aproveitamento político", disse António Costa aos jornalistas depois de mais de uma hora e meia de reunião na Autoridade Nacional de Protecção Civil, em Carnaxide, para receber informação actualizada sobre os incêndios em Portugal. Para o primeiro-ministro, a acusação feita ao Governo de estar a esconder o número de vítimas da tragédia de Pedrógão Grande foi das "mais parvas" que já viu.
Carlos Abreu Amorim criticou a lentidão na divulgação da lista de mortos - que só aconteceu na terça-feira - e disse que foi "graças à pressão do PSD" e também da comunicação social que isso aconteceu.
O deputado do PSD deixou ainda o aviso de que "o caso" não está encerrado, com a divulgação da lista: "Os casos em democracia nunca estão encerrados."