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PSD quer debate urgente no Parlamento sobre Pedrógão mas afasta moção de censura

O recém-eleito líder parlamentar social-democrata, Hugo Soares, anunciou que o PSD vai solicitar a Ferro Rodrigues a convocação da Comissão Permanente para debater com carácter de urgência a questão da lista de mortos provocados pelo incêndio de Pedrógão Grande.

Pedro Catarino (CM)
25 de Julho de 2017 às 17:28
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O PSD vai requisitar ao presidente da Assembleia da República, Ferro Rodrigues, que convoque a comissão permanente do Parlamento a fim de debater a polémica em torno da lista de pessoas que morreram vítimas do incêndio de Pedrógão Grande.

 

O anúncio foi feito esta terça-feira, 25 de Julho, pelo recém-eleito líder da bancada parlamentar social-democrata, Hugo Soares, numa conferência de imprensa realizada esta tarde no Parlamento.

 

"O PSD vai hoje mesmo requerer, com carácter de urgência, uma reunião da Comissão Permanente da Assembleia da República para que este assunto possa ser debatido, possa ser discutido por quem representa o povo português", disse Hugo Soares. Esta comissão tem por função substituir-se ao plenário durante o período de férias parlamentares, já em curso.

 

Criticando as acusações feitas pelo Governo e pelo PS, de que o PSD estaria a utilizar a tragédia de Pedrógão como arma de arremesso político, com a agravante de solicitar informações que estão em segredo de justiça, Hugo Soares defendeu-se notando que "ainda não ouvi o Ministério Público nem a Procuradoria Geral da República" dizerem que a lista dos mortos está em segredo de justiça.

 

E aludindo à notícia do Público, que dava conta da possibilidade de o Governo pedir o levantamento do segredo de justiça para tornar pública a citada lista, Hugo Soares sustentou que é do conhecimento público que "se houver necessidade" o Executivo chefiado por António Costa "pode e deve pedir o levantamento deste segredo para devolver a calma e terminar com a especulação em que o país tem vivido".

"Não somos capazes de dizer com clareza quantas pessoas perderam a vida naquela tragédia, o que tem implicações graves no dia-a-dia das pessoas", disse o deputado do PSD que considera que toda a "especulação" em torno da lista "não traz confiança aos cidadãos" e dificulta que as pessoas atingidas possam "ser ressarcidas". Em conclusão, Soares acusa o Governo de "sacudir a água do capote".

 

Já questionado sobre a possibilidade de o PSD avançar com a apresentação de uma moção de censura ao Governo, Soares afastou tal hipótese.

 

"O PSD não tem em cima da mesa nenhuma moção de censura. Se o CDS-PP resolver apresentar uma moção de censura, o grupo parlamentar do PSD e o partido decidirão o que fazer", declarou. Esta manhã, a líder do CDS, Assunção Cristas, não colocou de parte a hipótese de apresentar uma moção de censura.

Depois de no fim-de-semana o primeiro-ministro ter afirmado que sobre este tema "já está tudo esclarecido", António Costa disse esta segunda-feira que a contabilização dos mortos é uma competência que cabe às "autoridades" já que "não é o Governo que contabiliza".

Já depois da conferência de imprensa de Hugo Soares e da posição demonstrada pela líder centrista, o PS reagiu pela voz da secretária-geral adjunta, Ana Catarina Mendes, que acusou a "direita portuguesa" de não hesitar "em explorar perdas humanas com fins partidários".

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