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Incêndios: CDS não exclui moção de censura

"Não excluo nenhum caminho. O CDS exige a verdade", afirmou a líder do CDS-PP.

Miguel Baltazar/Negócios
25 de Julho de 2017 às 13:10
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A líder do CDS-PP, Assunção Cristas, afirmou hoje que "não exclui nenhum tipo de instrumento parlamentar", incluindo uma moção de censura ao Governo, na exigência de "toda a verdade" a propósito da tragédia do incêndio de Pedrógão Grande.

No final de uma visita à Associação dos Deficientes das Forças Armadas, em Lisboa, Assunção Cristas foi questionada pelos jornalistas sobre uma eventual moção de censura ao Governo, numa altura em o número de mortos e a lista dos nomes das vítimas da tragédia de Pedrógão Grande têm marcado a actualidade.

"O CDS quer saber toda a verdade e não exclui nenhum tipo de instrumento parlamentar que, dentro de um regular funcionamento das instituições, exista para ser utilizado", respondeu.

 

Perante a insistência dos jornalistas sobre se admitia a apresentação de uma moção de censura ao Governo, a líder centrista foi peremptória: "Não excluo nenhum caminho. O CDS exige a verdade".

 

"O CDS foi muito claro dizendo que o Governo estava fragilizado nesta matéria, quando disse que era preciso uma remodelação profunda no Governo, nomeadamente no Ministério de Administração Interna. Não excluímos nenhum caminho e dissemos que o primeiro-ministro passava a ser o responsável directo por tudo o que corresse de bem e de mal nestas matérias", reiterou.

 

Depois de na segunda-feira o PSD ter feito um ultimato ao Governo, dando 24 horas para que divulgasse a lista nominativa dos mortos na tragédia de Pedrógão Grande, Assunção Cristas foi questionada pelos jornalistas sobre o prazo que dava ao executivo liderado por António Costa.

 

"Nada mais, nada menos do que a verdade", respondeu apenas, escusando-se a impor um prazo.

 

Inquirida sobre se o Governo deveria requerer ao Ministério Público o levantamento do segredo de justiça para divulgar a identidade das vítimas, a líder do CDS-PP começou por afirmar que não sabe "se esse é o único caminho".

 

"O que eu sei é que é que tem de haver caminhos para que tudo seja claro e transparente. O Governo tem nas suas mãos as ferramentas para falar verdade", defendeu.

 

Na opinião de Assunção Cristas, "o Governo tem a obrigação de garantir a todos os portugueses qual é a informação verdadeira e real".

 

"A forma como isto é feito compete ao Governo analisar e usar todos os mecanismos legais para que isso possa ser possível. O que não pode acontecer é ficar todo o país numa situação de dúvida sustentada e o Governo manter essa dúvida", criticou.

 

A presidente do CDS-PP considerou ainda que o executivo socialista "tem muita dificuldade em lidar com informação quando ela não lhe é favorável".

 

"O que nós vemos é um Governo muito ligeiro, muito pouco capaz de assumir as suas responsabilidades, para não dizer muito desastrado em matérias de soberania", condenou, exigindo "garantias de verdade, de transparência e de segurança às populações".

 

O PSD deu na segunda-feira 24 horas ao Governo para tornar pública a lista nominativa das pessoas que morreram na tragédia de Pedrógão Grande, exigindo que sejam explicados os critérios usados para a sua constituição.

 

De acordo com uma nota divulgada no final da tarde de segunda-feira, o primeiro-ministro, António Costa, contactou nesse dia a procuradora-geral da República, que lhe "confirmou" que a lista de vítimas do incêndio de Pedrógão Grande está abrangida pelo segredo de justiça e que a sua divulgação depende do Ministério Público.

 

"Relativamente às solicitações que têm vindo a ser formuladas para que o Governo divulgue a lista de vítimas do incêndio de Pedrógão Grande cumpre esclarecer o seguinte: no dia 14 de Julho o Instituto Nacional de Medicina Legal foi notificado pelo Ministério Público de que o processo das vítimas dos incêndios de Pedrógão Grande se encontrava em segredo de justiça", lia-se no comunicado.

 

 

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