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Costa diz que lista de mortos de Pedrógão podia ter sido divulgada se fosse pedida até 14 de Julho

O Governo diz que a lista poderia ter sido dada a conhecer se tivesse sido solicitada antes da sua entrada em segredo de justiça. O primeiro-ministro diz que a acusação de esconder o verdadeiro número de vítimas "seria das mais parvas que eu já vi".

Miguel Baltazar/Negócios
26 de Julho de 2017 às 20:12
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O primeiro-ministro defendeu que a lista com a identidade das pessoas mortas na sequência dos incêndios de Pedrógão Grande poderia ter sido divulgada se tivesse sido solicitada pelos interessados antes de 14 de Julho, data em que passou a estar abrangida pelo segredo de justiça.


Até essa data, "não havia segredo de justiça e ninguém solicitou nenhuma lista de nomes. Se tivesse sido solicitada, poderia ter sido divulgada," afirmou António Costa esta quarta-feira, 26 de Julho, depois de uma reunião de duas horas na Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC).


O chefe de Governo considerou ainda "absolutamente lamentável" a dúvida gerada nos últimos dias sobre o número de vítimas mortais que culminou com a divulgação, esta terça-feira, da lista oficial por parte da Procuradoria-Geral da República (PGR), onde constam 64 vítimas.


"Estou muito satisfeito que a divulgação tenha posto termo a esta especulação e confirmado o que todas autoridades tinham dito: Polícia Judiciária, ANPC, Instituto Nacional de Medicina Legal e Ciências Forenses [INMLCF] e Governo", disse.


Costa acrescentou ainda que a sugestão de que o Governo poderia estar a esconder o verdadeiro número de vítimas "seria das acusações mais parvas que eu já vi" e usou as palavras do Presidente da República para dizer que "só em ditadura é possível tentar esconder o número de vítimas".


A direita saudou esta quarta-feira a divulgação da lista, com o PSD a desistir de convocar a comissão permanente do Parlamento de emergência e o CDS – que chegou a não afastar a possibilidade de uma moção de censura ao Governo - a considerar "positiva" a revelação.


O primeiro-ministro defendeu que desde as primeiras horas em que se teve conhecimento de vítimas mortais - 17 para 18 de Junho, quando foram contabilizadas 24 mortes – se referiu a esta como a "maior tragédia humana de que havia memória" em incêndios florestais.


E que apesar de ter alertado para a possibilidade de o número ir muito além das 63 depois contabilizadas, as buscas casa a casa pela Segurança Social, GNR e Forças Armadas não detectaram mais vítimas, à excepção do bombeiro de Castanheira de Pêra que viria a morrer no hospital.


"É preciso que os portugueses saibam que quem define os que falecem ou não é o INMLCF, que cumpre as suas normas técnicas, não é o Governo", concluiu, sublinhando que este episódio, de "especulação com fontes não confirmada e listas com várias incorrecções" é "excepcional na história da nossa vida democrática".

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