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Caso Sócrates: E afinal, há ou não indícios de corrupção?

É o grande argumento da defesa de Sócrates e de Santos Silva: que a acusação não tem provas que sustentem uma acusação pelo crime de corrupção. Carlos Alexandre está convencido que sim, diz a Sábado na sua edição de hoje.

Miguel Baltazar/Negócios
05 de Março de 2015 às 14:07
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O Grupo Lena será a chave para os indícios de corrupção que o Ministério Público (MP) diz ter contra Sócrates. Ganhou muitos milhões de euros em obras públicas entre 2007 e 2010  e Carlos Santos Silva, amigo de juventude de José Sócrates e um dos administradores do grupo recebeu chorudos prémios. Estes acabaram em contas na Suíça, mas o MP está convencido de que, na realidade, pertenciam ao próprio Sócrates e que Santos Silva era um mero testa de ferro.

 

Segundo a revista Sábado, que esta quinta-feira publica um extenso dossier sobre ao Operação Marquês, na contestação ao recurso de Santos Silva para a Relação, o MP reconhece que, quando fez as detenções, em Novembro passado, não tinha ainda informação sobre que actos em concreto teriam beneficiado o Grupo Lena, mas que foi possível identificar a sua existência global, os tais 200 milhões de euros.

 

A falta de indícios de corrupção sempre foi o grande argumento esgrimido pelas defesas dos dois arguidos, Paula Lourenço e João Araújo (na foto), sendo certo e sabido que, em geral, este tipo de crime é extremamente difícil de provar, uma vez que nem corrupto nem corrompido têm qualquer interesse em deixar marcas dos seus actos.

 

Carlos Alexandre, que validou a indiciação por corrupção, admitiu que a investigação ainda não estava concluída  e que estava à espera de elementos conseguidos pela via da cooperação internacional, mas que daí a dizer que não havia indícios ia um passo muito grande.

 

Os advogados, porém, nos recursos da prisão preventiva, insistem na mesma tese. Se o Grupo Lena lucrou nos anos do Governo Sócrates, muitas empresas lucraram também. Carlos Santos silva insiste em que o dinheiro é seu. Que os serviços prestados à construtora lhe terão rendido 14 ou 15 milhões de euros e que, aí sim, terá feito asneira, porque se deixou convencer a que os mesmos fossem pagos por debaixo da mesa, sem declarações ao Fisco nem registos na contabilidade das empresas. Conseguiria depois legalizá-los com o recurso ao RERT, mas eram de facto seus e não de José Sócrates. 

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