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Schäuble contra adiamento de sanções a Portugal

O ministro alemão das Finanças, Wolfgang Schäuble, considera que o alívio das regras de Bruxelas em relação ao cumprimento do défice orçamental em Espanha e Portugal não contribuem para a confiança nas regras europeias.

16 de Abril – Schäuble em entrevista à Bloomberg TV
“Temos responsabilidades para com a Grécia e não vamos desconsiderar essa solidariedade. Está tudo nas mãos da Grécia”.
Negócios 25 de Maio de 2016 às 15:14
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O ministro alemão das Finanças, Wolfgang Schäuble, considerou esta quarta-feira em Bruxelas que o alívio das regras de Bruxelas em relação ao cumprimento do défice orçamental em Espanha e Portugal, nomeadamente adiando a aplicação de sanções pela não correcção do défice, não contribuem para impulsionar a confiança no espaço comunitário.

"Dá a impressão que não se quer tomar uma decisão - provavelmente porque há eleições à porta. Não é um contributo para reforçar as regras europeias," disse Schäuble, citado pelo The Wall Street Journal.

As afirmações foram feitas depois da reunião do Ecofin, que reúne os ministros da Economia e das Finanças dos Estados-Membros da União Europeia. O ministro alemão garantiu que também o Banco Central Europeu manifestou, no encontro, as suas reservas em relação à decisão da Comissão Europeia. 


A Comissão Europeia decidiu há uma semana dar dois meses para que Portugal e Espanha tomem mais medidas para corrigir o desequilíbrio das contas públicas antes de ponderar avançar com eventuais sanções por incumprimento do Pacto de Estabilidade, que podem incluir multas até 0,2% do PIB ou a suspensão do acesso a fundos comunitários.

Dá a impressão que não se quer tomar uma decisão - provavelmente porque há eleições à porta - não é um contributo para reforçar as regras europeias. Wolfgang Schäuble Ministro das Finanças da Alemanha

Bruxelas voltará a avaliar a situação "no início de Julho", depois das eleições espanholas marcadas para 26 de Junho. 

O presidente do Eurogrupo, 
Jeroen Dijsselbloem, presidente do Eurogrupo, alertou esta terça-feira que a hipótese de Portugal sofrer sanções é uma "possibilidade séria".

"As sanções são absolutamente uma possibilidade, estão nas nossas regras e regulamentos, e quando olhamos para a situação actual em Portugal e Espanha, há razões sérias para considerar a sua aplicação, mas iremos ouvir da Comissão [Europeia] o porquê da decisão" de adiar para Julho uma posição definitiva sobre esta questão. 

Entretanto, tanto o primeiro-ministro António Costa como o ministro das Finanças Mário Centeno procuraram relativizar as afirmações de Dijsselbloem. Costa disse encarar "as preocupações da Europa com grande tranquilidade", enquanto Centeno afirmou que não ficou "de todo" preocupado com as declarações do presidente do Eurogrupo.

(Notícia actualizada às 17:33 com mais informação)
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