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Marcelo: Situação portuguesa não deve ser "abandonada ou punida"

O Presidente da República garantiu em Berlim que o governo de António Costa vai seguir o "caminho de controlo do défice orçamental".

3º Marcelo Rebelo de Sousa, 1169 notícias - Terão sido poucos os dias em que o Presidente da República não fez declarações públicas este ano.
Miguel Baltazar/Negócios
30 de Maio de 2016 às 13:02
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Marcelo Rebelo de Sousa está convencido que os parceiros europeus vão saber reconhecer os "sacrifícios grandes" feitos pelo país nos últimos anos e que a política portuguesa será "apoiada, compreendida, mas nunca abandonada ou punida".

"Uma política preocupada com a estabilidade financeira interna e externa, cumprindo os compromissos europeus. Foi assim no passado, com sacrifícios grandes do povo português nos últimos quatro anos que temos a certeza que todos os nossos irmãos Estados-membros na União Europeia incluindo a Alemanha, perceberão que merece ser apoiada, compreendida, e nunca abandonada ou punida, mas que continua presente neste momento e para o futuro", afirmou esta segunda-feira em Berlim o chefe de Estado português. 

 

Falando ao lado do presidente alemão, Joachim Gauck, Marcelo Rebelo de Sousa concordou que "as regras europeias são para cumprir". "É uma questão que um professor de Direito, como eu sou, sabe por princípio. E cumprir o controlo do défice orçamental é uma obrigação que qualquer governo português tem presente", resumiu.

 

Dizendo "[não ter] nenhuma dúvida que o caminho de controlo de défice orçamental é o que corresponde à posição das autoridades portuguesas", Marcelo sustentou que os números da execução orçamental até ao final de Abril mostram "uma melhoria da situação" ao nível do saldo primário. E acrescentou que a "preocupação de controlo interno e externo (…) não é incompatível com a procura de investimento, exportações, crescimento e emprego".

 

Depois do almoço com o homólogo germânico segue-se uma reunião com a chanceler Angela Merkel, a quem o sucessor de Cavaco Silva se propõe expor os motivos pelos quais considera que seria "injusta" a aplicação de sanções a Portugal devido ao défice excessivo em 2015. De Gauck ouviu o reconhecimento de que "os povos sofrem com o rumo da austeridade e é necessária muita coragem política também para implementar os programas".

 

No entanto, o presidente da Alemanha alegou "não [querer imiscuir-se] nos assuntos do governo e parlamento [federais] e muito menos dar conselhos ao Conselho Europeu e instituições europeias". "Vou respeitar os limites do meu cargo e não vou tomar posição em relação a essas questões", sublinhou Joachim Gauck, citado pela Lusa.

 

Estas palavras bastaram, porém, para Marcelo as interpretar como o "reconhecimento pela Alemanha do esforço feito pelos portugueses durante anos para controlarem o desequilíbrio financeiro interno e externo, e para seguirem um caminho que foi difícil, complexo e exigente".

 

Já quanto ao referendo de Junho sobre a saída do Reino Unido da União Europeia, o Presidente da República disse que se trata de "uma decisão soberana do povo britânico", mas indicou também que "é muito importante para a Europa que não haja saídas neste momento, nomeadamente de um país tão importante".

 

"Não tenho dúvidas nenhumas de que a maioria esmagadora dos portugueses não esquece que o Reino Unido foi primeiro aliado que tivemos na história e que a maioria dos portugueses quer o Reino Unido na Europa e na União Europeia", concluiu Marcelo Rebelo de Sousa.

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