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“Vejo com satisfação que a senhora Merkel confortou o senhor Presidente da República”
António Costa repetiu que não faz sentido sancionar Portugal por Bruxelas, que elogiou as “políticas erradas” do passado e agora diz que, afinal, os resultados são insatisfatórios.
António Costa ficou agradado com as conclusões do encontro de segunda-feira de Marcelo Rebelo de Sousa com Angela Merkel, repetindo que não faz sentido impor sanções a Portugal. "Vejo com satisfação que a senhora Merkel confortou o senhor Presidente da República naquela que tem sido a mensagem que o Governo tem transmitido na condução de política europeia".
Numa escola da Amadora, António Costa respondeu aos jornalistas sobre a visita do Presidente da República à Alemanha em que, no final do encontro entre Marcelo e Merkel, que decorreu em Berlim na passada segunda-feira, o chefe de Estado disse que a chanceler germânica estava disponível para ajudar a defender, junto da Comissão Europeia, que não fossem aplicadas sanções a Portugal por conta do falhanço na redução da meta do défice no ano passado.
"Seria muito injusto" aplicar-se as sanções ao país, defendeu, mais uma vez, o primeiro-ministro. E explicou que é isso que Portugal tem argumentado junto de Bruxelas: "depois de terem elogiado tanto as políticas erradas, quando se verifica que os resultados alcançados [não são suficientes], é que vêm punir".
No final do ano passado, o país não alcançou um défice orçamental abaixo de 3% do Produto Interno Bruto, como estava obrigado, pelo que se ficou aberta a possibilidade de ser alvo de sanções.
Contudo, António Costa declara que, este ano, tal objectivo já vai ser alcançado: esse foi, aliás, um dos seus pontos de destaque quando, nas mesmas declarações aos jornalistas, desvalorizou as previsões mais pessimistas da OCDE.
A Comissão Europeia decidiu adiar para Julho a decisão sobre a possibilidade de impor sanções a Portugal (e também a Espanha) pelo incumprimento destas metas do défice, dando espaço para a implementação de mais medidas. As autoridades nacionais têm-se, por isso, movimentado nas instâncias europeias para defender a posição nacional.