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Patrões em França propõem "mini-troika" e prometem um milhão de empregos. Sindicatos protestam

São doze medidas e reformas as propostas pela Medef, a maior associação patronal de França, muitas das quais parecem decalcadas de um programa da troika.

24 de Setembro de 2014 às 15:53
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Revisão do código do trabalho e abertura da possibilidade de as empresas fazerem contratos associados à execução de projectos específicos; horário de trabalho estabelecido ao nível das empresas; flexibilização das leis do despedimento; excepções ao salário mínimo para o trabalho não qualificado; abolição de um ou de dois dias feriados e colagem do essencial dos restantes aos fins-de-semana para evitar as "pontes"… é quase programa de ajustamento "à troika" o proposto nesta quarta-feira, 24 de Setembro, pela Medef, a maior organização patronal de França, que promete, em troca, a criação de um milhão de novos postos de trabalho no horizonte de cinco anos.

 

As doze medidas pelo emprego, agora divulgadas, são o contributo das empresas na sequência do "Pacto de Responsabilidade" pedido aos parceiros sociais pelo Presidente François Hollande para travar a já longa dinâmica de perda de competitividade das empresas e da economia francesas.

 

A Medef gostaria de ver implementadas o quanto antes parte destas medidas, em especial a regulamentação que obriga as empresas a partir de um certo número de assalariados a oferecer diferentes serviços, sendo o caso mais controverso o "patamar" de 50 empregados, a partir do qual têm de criar uma comissão de higiene, segurança e condições de trabalho, oferecer participação nos resultados, entre outras obrigações.

 

Mas os empregadores pedem outras reformas que possivelmente só poderão ser executadas na próxima legislatura, após 2017, designadamente do sistema de ensino para melhor o ajustar às necessidades das empresas, assim como a extensão da idade da reforma para ajudar a reequilibrar as contas do Estado social ou ainda a revisão das condições de atribuição e duração do subsídio de desemprego que a Medef considera não incentivarem o regresso à vida activa.

 

Embora o patronato não tenha chegado ao ponto de pedir preto no branco a revisão da lei que limita a 35 horas a semana de trabalho – algo que critica desde sempre - a primeira reacção dos sindicatos foi enfurecida. "Querem fazer-nos trabalhar como se fossemos chineses", protestou Joseph Thouvenel, vice-presidente da CFTC, confederação dos trabalhadores cristãos.

 

Leia, em francês, o documento com as propostas apresentado pela Medef.

 

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