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Moção de confiança ao Governo francês aprovada por uma margem mínima

A Assembleia Nacional francesa aprovou a moção de confiança ao Executivo, mas por uma margem pequena. Comparando com a última votação deste género, realizada em Abril, o Governo está a perder apoio no Parlamento.

Reuters
16 de Setembro de 2014 às 18:38
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A moção de confiança ao Governo francês foi aprovada. Por uma margem mínima. O primeiro-ministro Manuel Valls (na foto) obteve 269 votos a favor do seu plano para impulsionar a economia gaulesa, a segunda maior da Zona Euro. Contra, votaram 244 e abstiveram-se 53 membros da Assembleia Nacional, de acordo com a Bloomberg.

 

Comparando com a última moção de confiança apresentada na Assembleia Nacional, os votos favoráveis registaram uma diminuição. Em Abril, 306 deputados votaram a favor da moção de confiança apresentada na altura, quando foi ratificada a moção apresentada pelo então recém-nomeado primeiro-ministro Valls, em substituição de Jean-Marc Ayrault que se demitiu na sequência da derrota do PS francês nas eleições locais. O resultado obtido esta terça-feira, 16 de Setembro, revela que o Governo de Valls, nomeado em finais de Março pelo presidente Hollande, está a perder terreno, numa altura em que a economia francesa está estagnada (atingiu a estagnação no segundo trimestre) e em que a popularidade do Executivo tem vindo a baixar.

 

No final do mês de Agosto, o Executivo foi remodelado para afastar as vozes mais críticas da viragem política operada em Paris. O novo Governo tem três novos ministros mas o rosto da mudança está na pasta da Economia: no lugar de Arnaud Montebourg, cujas críticas à orientação das políticas precipitaram, em Agosto, a demissão de um Governo com apenas seis meses de vida, está agora Emmanuel Macron.

 

Esta tarde, na Assembleia Nacional, Valls assegurou que não iria proceder a um aumento de impostos. De acordo com a imprensa francesa, o responsável lembrou que o governo "reduziu a pressão fiscal". E assegurou que "seis milhões de famílias vão ser abrangidas pela redução dos impostos sobre os rendimentos". O primeiro-ministro, de acordo com a Bloomberg, apontou que o nível da carga fiscal em França atingiu um patamar "intolerável". E um aumento dos impostos e, ou, mais cortes na despesa iriam deprimir o crescimento económico. A economia gaulesa, a segunda maior da Zona Euro, estagnou no segundo trimestre.

 

No discurso de Valls os reformados não ficaram de fora. O governante apontou várias iniciativas para este segmento, nomeadamente, a actualização do valor das reformas mais baixas, que estão actualmente nos 791,99 euros, passando para 800 euros. "Recusamos a austeridade para proteger os mais frágeis, os mais modestos, porque defendemos o nosso modelo social", afirmou, citado pelo francês Le Monde. O governante sustentou ainda que o compromisso de cortar 50 mil milhões de euros em três anos é para manter.

 

Em relação ao trabalho, o primeiro-ministro sinalizou que "nem as 35 horas [semanais] nem o tempo de trabalho estão em causa". "Reformar, não é quebrar os contractos de trabalho sem termo, não é baixar os salários dos funcionários públicos. Reformar é escolher prioridades", adiantou, segundo o Le Monde.

 

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