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Passos diz que é difícil conciliar programa do Syriza com regras europeias

"Não é possível que um país não queira assumir os seus compromissos, não pagar as suas dívidas, aumentar salários, baixar impostos e ainda ter a obrigação de garantir, por parte dos seus parceiros, um financiamento sem contrapartidas", comenta Passos Coelho.

26 de Janeiro de 2015 às 13:50
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O primeiro-ministro português considera que é difícil olhar para o programa eleitoral do Syriza, vencedor das eleições gregas de 25 de Janeiro, e ver ali a concordância dos parceiros europeus. "O programa [da Coligação da Esquerda Radical] tem muitas dificuldades de ser conciliado com aquelas que são as regras europeias", indicou Pedro Passos Coelho, em Lisboa, em declarações transmitidas pela RTP Informação.

 

De qualquer forma, o primeiro-ministro "deseja" que "seja possível conciliar" esses interesses que, na sua opinião, são opostos. "Esperamos que a Grécia se possa manter um parceiro europeu da mesma moeda e da União Europeia".


"Não é possível que um país não queira assumir os seus compromissos, não pagar as suas dívidas, aumentar salários, baixar impostos e ainda ter a obrigação de garantir, por parte dos seus parceiros, um financiamento sem contrapartidas. Esse caminho não está disponível para a Grécia, como não está para nenhum outro país", frisou o chefe de Governo português depois da eleição de Alexis Tsipras, alinhando num discurso que tem vindo a ser traçado um pouco por toda a Europa. Isso é um "conto de crianças", considerou. "Isto não existe".

 

A força liderada por Tsipras ficou com 149 dos 300 assentos do parlamento helénico, a dois da maioria absoluta, e já garantiu o apoio dos Gregos Independentes para ter uma maioria no Executivo. O Syriza é uma força política que reúne partidos de esquerda, designando-se Coligação da Esquerda Radical. A oposição às políticas de austeridade é a sua ideia central, pedindo uma renegociação dos termos da dívida, para que se torne sustentável. Algo que a Europa tem recusado.

 

"Ninguém impõe aos governos seja o que for. O que os governos não podem é impor aos outros unilateralmente as suas condições", contrapôs Passos Coelho aos jornalistas, elogiando, no entanto, o "esforço tremendo" que foi feito pela Grécia nos últimos quatro anos. "A Grécia fez progressos que são importantes, que representaram um esforço do povo grego muito grande, que tem de ser reconhecido em toda a Europa".


"Espero que o Governo que agora há-de tomar posse exerça, nas suas competências, tudo o que está ao seu alcance para conciliar as necessidades de crescimento com a necessidade de cumprir as regras – que não foram desenhadas especialmente para a Grécia mas que são válidas para todos os países da União Europeia", acrescentou ainda o primeiro-ministro português que fez questão de sublinhar que a Grécia ainda tem compromissos assumidos por cumprir em troca de financiamento, ao contrário do que já acontece com Portugal e Irlanda, cujos programas de ajuda financeira externa foram concluídos com sucesso.

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