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Martin Schulz considera que o Governo grego “ainda tem muito que discutir” internamente
O presidente do Parlamento Europeu referiu-se às mais recentes declarações dos governantes gregos realçando as diferenças programáticas entre os próprios membros do Executivo, o Syriza e os Gregos Independentes. Para Schulz, Alexis Tsipras não partilha da visão de muitos dos seus correligionários.
No entender do alemão Martin Shculz, presidente do Parlamento Europeu (PE), as diferenças verificadas nos discursos dos vários membros do Executivo helénico devem-se não apenas à própria diversidade ideológica do Syriza, mas também às diferenças programáticas da coligação de esquerda radical e dos Gregos Independentes.
Num momento em que decorre uma cimeira europeia que irá tratar temas que vão desde a crise na Ucrânia ao fenómeno do terrorismo, que ganhou espaço na agenda mediática depois do ataque ao jornal satírico Charlie Hebdo, passando pela situação politico-financeira da Grécia, Schulz defendeu que o Executivo helénico tem ainda muito que discutir ao nível interno.
"Se comparar o programa do Syriza ao dos Gregos Independentes, [verifica-se] que o Governo [grego] ainda tem muito que discutir" internamente, argumentou Martin Schulz.
Perante declarações como a do ministro da Defesa e líder dos Gregos Independentes, Panos Kammenos, que assegurou que se Atenas não obtivesse apoio financeiro da Europa haveria sempre lugar a um plano B, dando como exemplo a possibilidade de recurso à ajuda de países como a Rússia, China ou Estados Unidos, o líder do PE mostrou dúvidas quanto à coesão do Governo grego face a esta ideia.
"Duvido que o primeiro-ministro [Alexis] Tsipras seja adepto de muitas coisas que o seu ministro da Defesa defendeu nos últimos dias", afirmou. Depois de garantir ter ouvido "com muita atenção" os discursos de Tsipras antes, e depois, das eleições gregas de 25 de Janeiro, Martin Schulz disse não ter a certeza "que o primeiro-ministro [grego] partilhe a visão de muitos dos seus deputados".
Sobre a possibilidade de uma visita de Alexis Tsipras ao PE, Schulz deixou a porta aberta. "Quem quiser vir ao PE será bem-vindo, portanto se Tsipras quiser vir, será bem recebido".