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Rajoy diz que a Grécia não tem quem lhe empreste a não ser a União Europeia
O chefe do Governo espanhol, Mariano Rajoy, disse hoje que a Grécia "não tem quem lhe empreste" dinheiro a não ser a União Europeia, pelo que recusa um cenário em que Atenas não cumpra os compromissos com os Estados-membros.
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Rajoy, que falava à margem de uma reunião do Partido Popular Europeu (PPE) - antes da cimeira de chefes de Estado e de Governo da UE -, disse que "há que ser prudente" perante a evolução dos acontecimentos e esperar que as autoridades gregas esclareçam tudo o que pretendem.
No entanto, recordou que a Grécia "não tem quem lhe empreste a não ser a União Europeia". A Grécia, reiterou Rajoy, já recebeu ajudas de 200 mil milhões de euros, dos quais 26 mil milhões foram dados por Espanha.
Rajoy lembrou que Atenas vai começar a devolver esse capital dentro de 30 anos e só começará a pagar juros dentro de dez.
"São condições magníficas", considerou o presidente do Governo espanhol, instando mais uma vez o governo grego a explicar claramente o que pretende, algo que entende não ter sido feito até agora.
Rajoy também referiu que a situação da Grécia não está na agenda da cimeira de hoje, mas disse que se falará disso uma vez que na quarta-feira não se conseguiu acordo sobre o assunto na reunião do Eurogrupo.
Antes ainda da posição do chefe de Governo espanhol - e para "consumo interno" em Espanha - o ministro dos Assuntos Exteriores espanhol, José Manuel García Margallo, disse que se Madrid não tivesse emprestado dinheiro à Grécia, o seu governo poderia ter subido "as pensões em 38% e subido o subsídio de desemprego em 50%".
Margallo, que disse ser necessário defender os interesses dos cidadãos espanhóis, avisou que a Grécia "não se pode permitir não chegar a acordo" na próxima segunda-feira.
"O problema é que se estão a utilizar palavras muito perigosas no projecto de integração europeia, como soberania e dignidade. [...] O jogo na UE é ceder soberania e aceitar que nos vamos comportar de acordo com regras. Desrespeitar as regras é muito perigoso", realçou o ministro em declarações hoje à TVE.
E deu um exemplo: "Se alguém vai ao banco pedir um empréstimo, a entidade diz-lhe condições e a pessoa argumenta que isso 'atenta contra a sua soberania e dignidade'. Sai do banco com a soberania e a dignidade intactas, mas sem um único euro de empréstimo".