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Putin apoia em Minsk cessar-fogo na Ucrânia

A reedição da cimeira de paz na capital da Bielorrússia permitiu alcançar um acordo mútuo que passará pela tentativa de implementação no terreno dos princípios definidos a 5 de Setembro. Vladimir Putin aceitou um acordo que poderá representar um recuo face à pretensão de autonomia para as regiões de Donetsk e Luhansk.

11 de Fevereiro de 2015 às 21:39
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Os líderes presentes na cimeira de paz realizada esta quarta-feira em Minsk, capital da Bielorrússia, acordaram um novo cessar-fogo para a Ucrânia.

 

Nesta altura, as agências Reuters e Interfax avançam que estavam a ser ultimados pormenores relativos a dois documentos: uma declaração conjunta de reconhecimento da soberania e integridade territorial da Ucrânia; e o compromisso de assegurar o cumprimento dos princípios acordados no cessar-fogo assinado a 5 de Setembro e que foi, desde então, sistematicamente violado.


Um relativo optimismo ganhou forma quando os presidentes da Ucrânia e da Rússia, Petro Poroshenko e Vladimir Putin, respectivamente, apertaram a mão à chegada a Minsk, onde eram aguardados pelos promotores desta cimeira, a chanceler alemã Angela Merkel e o presidente gaulês François Hollande. Em pleno decorrer das conversações, o ministro russo dos Estrangeiros, Sergey Lavrov, revelava que a cimeira está a decorrer "super bem". Lavrov antecipava ainda que a assinatura do acordo poderá apenas acontecer amanhã, quinta-feira, uma vez que as negociações devem prolongar-se pela madrugada.


Apesar de serem ainda desconhecidos detalhes do acordo, caso se confirmem os mesmos 12 objectivos definidos anteriormente na capital bielorrusa, tal poderá representar uma cedência da Rússia. Porque tanto Moscovo como os líderes das autoproclamadas repúblicas de Donetsk e Luhansk pretendiam a garantia de maior "autonomia" para estas regiões do Donbass, leste da Ucrânia. Já o anterior cessar-fogo previa apenas a garantia de uma maior "descentralização".

 

Entretanto, o vice-líder da autoproclamada república popular de Donetsk, Denis Pushilin, em declarações à estação televisiva Vesti 24, assumiu que o objectivo de prolongar a zona desmilitarizada no leste da Ucrânia pode "comprometer" o resultado da cimeira.

 

Isto porque se acredita que na proposta discutida esta quarta-feira em Minsk esteja a ideia, já referida por Hollande, de aumentar a distância desmilitarizada dos 30 km acordados em Setembro, 15 km para cada um dos lados da linha divisória entre separatistas e as forças leiais a Kiev, para entre 50 km a 70 km. Tal projecto colocaria em causa os avanços alcançados no terreno ao longo dos últimos meses pelas forças pró-russas.


Esta quinta-feira, a crise na Ucrânia centrará as atenções da cimeira que juntará os líderes dos 28 Estados-membros da União Europeia. Se se aguarda a confirmação do adiamento da adopção da nova lista de 19 pessoas e nove entidades alvos de sanções, decidida segunda-feira, falta saber se a "fase 3 " de sanções, que atinge os sectores russos da banca, armamento militar e energia, será também prolongada a partir de Julho. 

 

(Notícia actualizada às 00h33 com citações de Sergey Lavrov e Denis Pushilin)

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