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Obama pede ao Congresso autorização formal para iniciar guerra contra o Estado Islâmico

O presidente norte-americano requereu ao Congresso que lhe atribua autoridade formal para iniciar uma acção militar contra as forças terroristas do Estado Islâmico. Para aprovar a resolução que alude a militares no terreno, Barack Obama poderá vir a contar com o apoio da maioria congressista republicana face às reticências democratas.

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Obama: I'm Not Seeking Authority for Another Ground War
11 de Fevereiro de 2015 às 17:03
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O presidente norte-americano Barack Obama enviou, esta quarta-feira, um pedido de autorização ao Congresso dos Estados Unidos no qual é requerida a atribuição de autoridade formal ao presidente para desencadear uma acção militar contra as forças do Estado Islâmico (EI) presentes no território sírio e iraquiano.

 

A proposta enviada pela Casa Branca ao Congresso, que actualmente é composto por uma maioria republicana, faz referência a um plano de guerra com a duração de três anos e que visa impedir uma eventual necessidade de recurso a uma posterior intervenção militar de larga-escala. No entanto, faz também referência à presença de militares no terreno, algo que havia sido liminarmente recusado por Obama aquando do início dos bombardeamento aos terroristas sunitas do Estado Islâmico (EI) no Verão passado.

 

De acordo com o New York Times, a administração norte-americana propõe, para além das já em curso incursões aéreas contra o EI, forças no terreno para operações como, por exemplo, as de salvamento em palco de guerra ou ainda o recurso a "forças de operações especiais para acções militares contra a liderança" do EI.

 

O objectivo da Casa Branca passa por impedir a consolidação do califado, entre a Síria e o Iraque, autoproclamado pelos jihadistas sunitas do EI. Nesse sentido, para além de operações "limitadas" no terreno e da continuação dos bombardeamentos aéreos, Washington assume ainda o combate "a forças e pessoas associadas" aos jihadistas recusando recorrer a "operações ofensivas de combate no terreno duradouras", colocando assim limites a uma aproximação às operações que decorreram no Afeganistão e no Iraque. Até devido à delimitação temporal de três anos definida na proposta da administração Obama.

 

Para convencer um Congresso bastante dividido, onde, paradoxalmente, as maiores reticências à vontade de Barack Obama surgem de membros do seu próprio partido Democrata, o líder norte-americano sustenta que as ameaças apresentadas por estes extremistas sunitas "vão além do Médio Oriente, incluindo o próprio território dos Estados Unidos". Obama esclarece que apesar de já dispor "da autoridade necessária", faz este pedido para obter o "apoio bipartidário".

 

"Não consigo encontrar melhor forma de o Congresso, juntando-se a mim, apoiar a nossa segurança nacional do que promulgando esta legislação, que permitirá mostrar ao mundo que estamos unidos na nossa missão de responder à ameaça imposta pelo EI", escreveu o Presidente da maior economia mundial.

 

Um dos representantes democratas na Comissão do orçamento, Chris Vam Hollen, mostrou, citado pela agência Bloomberg, "sérias preocupações" relativamente à proposta da Casa Branca. Contudo, o apoio republicano pode ser quanto baste para que Obama consiga fazer passar esta proposta, esperando-se o suporte de personalidades como a do ex-candidato presidencial republicano, John McCain.

 

Se o Congresso aprovar a proposta de Barack Obama, será a primeira vez que autoriza, desde 2002, um Presidente norte-americano a recorrer ao uso da força, ano em que foi conferida autoridade a George W. Bush para invadir o Iraque. O actual presidente dos Estados Unidos dirigiu-se esta tarde, às 15h30 em Washington, aos seus concidadãos para explicar o âmbito e a oportunidade do seu pedido ao Congresso. 

 

"Que não haja confusão, esta é uma missão complicada", alertou Obama que apesar de reconhecer que os Estados Unidos "não devem ser arrastados para outra guerra que se prolongue no terreno", também sustenta que "os interesses" norte-americanos não serão defendidos por uma guerra sem fim". 

 

Ladeado pelo vice-presidente Joe Biden e pelo secretário da Defesa, Chuck Hagel, o residente da Casa Branca asseverou que o Estado Islâmico "vai perder" esta guerra.

 

(Notícia actualizada às 21h48 com declarações de Barack Obama)

 

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