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Grécia e Rússia acordam aproximar de relações
Os ministros dos Negócios Estrangeiros da Rússia e da Grécia acordaram acelerar um fortalecimento das relações bilaterais entre os dois países. A Grécia quer assumir-se como mediadora das relações entre Bruxelas e Moscovo, e não acredita numa resolução da crise ucraniana que não passe pela via diplomática.
A poucas horas do início da cimeira de Minsk, capital da Bielorrússia, que vai reunir esta quarta-feira os líderes da França, Alemanha, Rússia e Ucrânia, estiveram reunidos na capital russa os representantes diplomáticos de Atenas e Moscovo.
Num encontro que também assume carácter simbólico, confirmou-se o interesse da Rússia e da Grécia em aprofundarem relações, isto depois de na segunda-feira o ministro da Defesa grego e líder dos Gregos Independentes, Panos Kammenos, ter assumido que Atenas pode encontrar em países como a Rússia, os Estados Unidos ou a China aliados para superar a crise actual. Isto caso a União Europeia não apoie a Grécia nos seus intentos, referiu Kammenos.
Quando surgem notícias que dão conta da improbabilidade de em Minsk ser encontrada uma solução que garanta um cessar-fogo no conflito militar que assola o leste da Ucrânia desde Abril de 2014, o ministro dos Estrangeiros grego Nikos Kotzias afirmou que Atenas espera que "a situação irá estabilizar e uma agenda positiva será proposta no imediato".
Se da parte norte-americana há abertura para o fornecimento de armamento militar a Kiev, caso a Rússia não coopere no processo de paz que hoje conhece novo capítulo, a União Europeia parece preferir a via do reforço de sanções no sentido de obrigar Moscovo a adoptar uma posição mais cooperante.
Já a Grécia insiste que tudo deve passar pela negociação diplomática, via que até ao momento não garantiu qualquer tipo de resultado efectivo na região ucraniana do Donbass. "A Grécia quer explicar aos seus parceiros que todos os problemas podem ser resolvidos através do diálogo diplomático", explicou Kotzias ladeado pelo homólogo russo Sergey Lavrov.
O governante russo mostrou o seu agrado face às críticas de Kotzias ao plano de penalizações económicas adoptado por Bruxelas contra Moscovo. Lavrov mostrou-se ainda bastante optimista quanto aos progressos que poderão resultar do encontro de hoje em Minsk.
De acordo com as palavras iniciais de Nikos Kotzias, percebe-se que a Grécia pretende aproximar-se face à Rússia. A Rússia "é o país mais popular na Grécia", disse o ministro helénico que também esteve em Moscovo para discutir política energética com Lavrov.
Assumindo que os dois países pretendem acelerar uma aproximação nas suas relações, Sergey Lavrov admitiu que "discutimos cooperação energética, considerando o interesse de Atenas nos planos de construção de um ‘pipeline’ de gás natural entre a Rússia e a Turquia e até à fronteira grega".
Citado pela agência Tass, Lavrov declarou que "acreditamos que este projecto tem boas perspectivas".