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Ministro dos Negócios Estrangeiros grego visita a Rússia no dia do Eurogrupo

Nikos Kotzias vai reunir-se com os seus homólogos alemão e russo. O grande tema em cima da mesa das conversações vai ser a tensão no leste da Ucrânia, mas também o futuro da Grécia na Zona Euro. A relação com a Turquia, a situação em Chipre e o diferendo com a Macedónia também vão estar em destaque.

Reuters
10 de Fevereiro de 2015 às 12:07
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O ministro dos Negócios Estrangeiros grego vai visitar a Alemanha e a Rússia numa semana decisiva para o futuro de Atenas com a reunião do Eurogrupo esta quarta-feira.

 

Nikos Kotzias (na foto, à direita) voa até Berlim esta terça-feira, 10 de Fevereiro, e até Moscovo na quarta-feira para se reunir com o seu homólogo alemão, Frank-Walter Steinmeier, e russo, Sergei Lavrov. O grande tema em cima da mesa das conversações vai ser a tensão no leste da Ucrânia, mas também o futuro da Grécia na Zona Euro.

 

Grécia contra a imposição de mais sanções à Rússia

 

Em Atenas, várias fontes oficiais garantiram que a visita a Moscovo não representa um volte face na política externa grega. Mas o certo é que a Grécia mostra-se cada vez mais relutante em alinhar com as posições europeias em relação à Rússia.

 

Os parceiros europeus aprovaram no final de Janeiro a extensão das actuais sanções a Moscovo até Setembro, por estarem previstas para terminar em Março. Mas no encontro dos ministros dos Negócios Estrangeiros em Bruxelas, Nikos Kotzias insistiu na remoção de uma cláusula que previa a imposição de novas sanções. Paralelamente, o responsável helénico insistiu para que o comunicado final não culpasse directamente a Rússia pelo conflito na Ucrânia.

 

As acusações, a nível internacional, de que Atenas está a aproximar-se do Kremlin, destinam-se a colocar pressão sobre a Grécia de forma a forjar um novo acordo com os parceiros europeus, acusam fontes do ministério de Negócios Estrangeiros grego, segundo o Kathimerini.

 

Dias mais tarde, Nikos Kotzias veio a público defender a continuação das relações entre a União Europeia e a Rússia. "A Grécia está interessada na estabilização e na paz na Ucrânia, assim como em evitar um afastamento nas relações entre a União Europeia e a Rússia", disse Nikos Kotzias a 1 de Fevereiro, à Athens News Agency.

 

Dois depois da sua eleição, o Governo grego veio a público criticar a União Europeia por ter divulgado uma declaração conjunta dos 28 países em que a Rússia era considerada responsável pelo ataque de artilharia à cidade ucraniana de Mariupol. Atenas veio a público dizer que o comunicado foi divulgado "sem a garantia do consentimento da Grécia. Neste contexto, está implícito que a Grécia não consente este comunicado".

 

A divergência em relação às sanções na Ucrânia é cada vez maior no seio da União Europeia. Apesar da aprovação por unanimidade de novas sanções na reunião de ontem em Bruxelas, nove países mostraram a sua relutância em alargar as restrições - Áustria, Chipre, República Checa, Grécia, Hungria, Itália, Luxemburgo, Eslováquia e Eslovénia.

 

Turquia, Chipre e a Macedónia também vão estar na agenda

 

Nos encontros com os seus homólogos, além da Ucrânia, Nikos Kotzias vai debater outros assuntos de política externa, entre os quais as relações entre a Grécia e a Turquia, a questão de Chipre e a estabilidade nos Balcãs.

 

O ministro grego queixou-se recentemente à alta representante para os negócios estrangeiros da União Europeia, Federica Mogherini, sobre a complacência europeia para com a Turquia, depois de um navio turco de investigação ter violado as águas territoriais de Chipre. Este incidente fez com que Nicósia suspendesse as conversações sobre a reunificação na ilha mediterrânica mediadas pelas Nações Unidas.

 

Nos Balcãs, existem também outros assuntos prementes para resolver. Berlim quer que a Grécia e a República da Macedónia cheguem a acordo sobre a disputa sobre o nome do país. É que o país tem o mesmo nome que a região do Norte da Grécia após a sua independência da Jugoslávia em 1991 e desde então Atenas e Skopje mantém um diferendo sobre a sua utilização. Atenas exige desde então que a República deixe de utilizar este nome.

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