Outros sites Medialivre
Notícias em Destaque
Notícia

Governo grego atribui posições duras de Portugal e Espanha a "política interna"

O Governo grego atribui a questões de "política interna" as posições duras de Portugal e Espanha relativamente às suas propostas, disse hoje em Bruxelas fonte governamental, que reiterou no entanto "um grande optimismo" quanto a um "acordo em breve".

Reuters
12 de Fevereiro de 2015 às 10:25
  • 34
  • ...

No dia em que se celebra uma cimeira informal de chefes de Estado e de Governo da União Europeia, que assinala a estreia do novo primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, em Conselhos Europeus, e depois de na quarta-feira já ter tido lugar um Eurogrupo extraordinário, inconclusivo, sobre uma revisão do programa de assistência à Grécia, fontes do governo grego ouvidas pela Lusa sublinharam que a discussão é neste momento política.

 

Questionadas sobre o posicionamento dos governos português e espanhol, muito críticos quanto às pretensões do Governo de Tsipras relativamente à substituição do atual programa de assistência e renegociação da dívida, fonte do novo Governo de Atenas escusou-se a fazer muitos comentários, limitando-se a atribuir as posições dos executivos liderados por Pedro Passos Coelho e Mariano Rajoy a "política interna".

 

Os governos PSD/PP, em Portugal, e do PP espanhol pertencem à família política do Partido Popular Europeu (PPE), da qual também fazia parte o anterior primeiro-ministro grego, Antonis Samaras (do partido Nova Democracia), enquanto o Syriza, vencedor das eleições gregas de janeiro, faz parte do Grupo da Esquerda Unitária, família política europeia que integra PCP e Bloco de Esquerda.

 

Na passada terça-feira, em Estrasburgo, o eurodeputado Dimitrios Papadimoulis, do Syriza, já afirmara à Lusa que sente que "uma grande parte do povo português" apoia os esforços do novo Governo grego, embora o mesmo não suceda ao nível governamental, sublinhando ser necessário distinguir que as posições "não são dos países, mas sim de Mariano Rajoy e Passos Coelho".

 

"Rajoy tem um pesadelo que se chama Podemos (o partido de Pablo Iglesias que continua a subir nas sondagens) e Passos Coelho também tem a pressão dos partidos da oposição. Não é meu papel julgar dois primeiros-ministros, mas entendo claramente as razões que os levam a fazer o que estão a fazer agora, e não é no interesse do seu povo, é no interesse das suas carreiras políticas", considerou o eurodeputado.

 

Relativamente às negociações em curso, as mesmas fontes governamentais gregas deram hoje conta do seu "grande optimismo" num compromisso na próxima segunda-feira, data em que se realiza novo Eurogrupo, e explicaram que a dificuldade básica, para já, é "se a base da discussão é o programa anteriormente acordado (com o governo de Samaras) ou não".

 

Do ponto de vista do novo Governo grego, "não se pode pedir a um governo eleito, com um novo programa, que implemente o anterior, com as condicionalidades que foram rejeitadas pelo povo grego", razão pela qual Atenas quer um "acordo ponte", de transição entre o anterior programa e um novo, que também prevê equilíbrio orçamental e reformas, mas com outras prioridades.

 

Garantindo que o Governo grego está disposto a fazer concessões, "e fê-las", e a cumprir as regras da UE, "embora discorde de várias", as fontes indicaram que o objectivo é chegar a uma "solução viável para ultrapassar a crise humanitária criada pelo anterior programa" na Grécia, que agrade a todas as partes.

 

As fontes sublinharam que o importante é encontrar agora um compromisso político, e não técnico, não se tratando de mais dinheiro que Atenas pretende, até porque "as necessidades financeiras da Grécia são geríveis" no médio prazo.

 

Ver comentários
Saber mais União Europeia Alexis Tsipras Eurogrupo Grécia Pedro Passos Coelho Mariano Rajoy
Outras Notícias
Publicidade
C•Studio