As negociações entre o Governo grego e as equipas técnicas que representam os credores começaram oficialmente esta terça-feira, 28 de Julho, depois das primeiras discussões iniciadas ontem. Os chefes da missão não deverão chegar a Atenas antes de quinta-feira.

"Como sabem, as primeiras discussões ao nível técnico já começaram e vão continuar com muito mais intensidade amanhã", afirmou ontem o ministro das Finanças da Grécia, Euclid Tsakalotos. "Vamos seguir à risca o acordo alcançado na cimeira europeia. Estamos a proceder de forma organizada e esperamos que tudo vá correr bem."

Mais de uma dezena de técnicos da Comissão Europeia, Banco Central Europeu (BCE), Mecanismo Europeu de Estabilidade (MEE) e Fundo Monetário Internacional (FMI) visitaram esta manhã a Secretaria-geral de Contabilidade.   

Nesta primeira etapa das negociações, os técnicos vão recolher dados sobre o estado das finanças públicas para fazer uma nova avaliação à luz do impacto que tiveram as restrições bancárias impostas há um mês na evolução financeira. 

Depois de o parlamento grego ter dado luz verde a dois conjuntos de reformas – que eram condição para dar início às negociações sobre o terceiro resgate – ainda não é certo se os deputados não terão de aprovar mais medidas antes da conclusão do acordo.

A porta-voz da Comissão Europeia Mina Andreeva sugeriu que Atenas teria de fazer mais nas próximas semanas.

"São esperadas mais reformas por parte das autoridades gregas para permitir um desembolso rápido no âmbito do MEE", sublinhou a porta-voz, numa conferência de imprensa. "Isto também está a ser discutido agora." No entanto, notou ser ainda "prematuro" especificar quais as posteriores acções que Atenas terá de implementar. 

O Governo de Alexis Tsipras quer evitar pedir um novo empréstimo intercalar e, por isso, pretende concluir um acordo antes de 20 de Agosto, data em que se vencem novos pagamentos ao BCE para os quais não há fundos disponíveis. 

A porta-voz da Comissão assegurou também que é neste momento "claro" que não serão discutidas medidas sobre a sustentabilidade da dívida pública grega. No entanto, Mina Andreeva elucida que tal não impede que uma "discussão sobre a sustentabilidade da dívida [grega] faça parte das negociações actualmente em curso".