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Tsipras tenta manter o Syriza unido e lembra que já se fala em alívio da dívida

O primeiro-ministro grego pretende assegurar a unidade do Syriza e, para o conseguir, explicou aos membros do secretariado do partido que devido à acção do governo helénico o alívio da dívida grega é agora discutido abertamente.

Bloomberg
27 de Julho de 2015 às 17:38
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Alexis Tsipras quer evitar a ocorrência de dissidências no Syriza que levem à perda da actual maioria parlamentar e consequente convocação de eleições antecipadas. Nesse sentido, o primeiro-ministro grego esteve reunido esta segunda-feira, 27 de Julho, com os membros do secretariado da coligação de esquerda radical, ocasião aproveitada para realçar que devido à acção do Executivo por si liderado a necessidade de aliviar o peso da dívida helénica é agora uma questão admitida pelas instituições.

 

A agência Bloomberg cita declarações proferidas, sob a condição de anonimato, por um membro do governo grego, nas quais revela que Alexis Tsipras sublinhou a ideia de que a Grécia tem de esgotar todas as possibilidades para encontrar uma solução para a elevada dívida pública do país. Em percentagem do PIB, a dívida grega é já superior a 170%.

 

Uma solução para a dívida passa necessariamente, vincou o secretário-geral do Syriza aos seus companheiros de secretariado, pela assunção de compromissos firmes por parte do Executivo helénico na implementação das reformas já acordadas com os credores e daquelas que ainda serão negociadas. A ameaça de cisão no Syriza é real, designadamente por parte da Plataforma de Esquerda, representativa da ala mais radical do partido, o que agrava a eventualidade de perda da maioria por parte da coligação entre o Syriza e os Gregos Independentes (ANEL) que conta com o apoio de 162 deputados.

 

Depois de nas duas votações parlamentares às medidas acordadas com as instituições credoras, que desbloquearam as negociações tendentes ao terceiro resgate na ordem de 86 mil milhões de euros que foram iniciadas esta segunda-feira, Tsipras ter necessitado da oposição (Pasok, Nova Democracia e To Potami) para aprovar esses dois pacotes, o líder do Syriza quer assegurar a integridade do seu partido de forma a evitar a realização de legislativas antecipadas. Novembro tem sido apontado como o mês em que as mesmas poderão realizar-se caso se concretize uma cisão no principal partido do governo que conseguiu eleger 149 parlamentares nas eleições de 25 de Janeiro último, ficando então a apenas dois assentos da maioria absoluta.

 

Como tal, Tsipras insistiu na importância de a coligação de esquerda radical se manter unida, pelo que abordou a necessidade de um congresso para que o partido possa clarificar a estratégia política futura, alinhando-a com os interesses imediatos do país. O primeiro-ministro sustentou que os deputados do Syriza têm a obrigação de assegurar a unidade do partido nestes tempos difíceis  para a Grécia. 

Na votação do primeiro pacote de medidas acordadas com os credores, Alexis Tsipras viu 39 deputados do Syriza votar contra ou abster-se, enquanto no segundo pacote esse número registou uma ligeira queda para 36 parlamentares. O ex-ministro das Finanças, Yanis Varoufakis, foi um dos deputados que alterou o sentido de voto da primeira para a segunda votação.

Esta segunda-feira assinalou o arranque oficial das negociações para o terceiro programa de assistência financeira à Grécia em apenas cinco anos. Ainda durante esta manhã, a porta-voz da Comissão Europeia, Mina Andreeva, revelava que as negociações já haviam começado e que deveriam "progredir o mais rápido possível". "São esperadas mais reformas por parte das autoridades gregas para possibilitar um rápido desembolso do Mecanismo Europeu de Estabilidade", acrescentou Andreeva. 

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