O Fundo Monetário Internacional (FMI) confirmou ao início da tarde o pagamento, por parte das autoridades gregas, da totalidade das dívidas que o país tinha em atraso. Também o Banco Central Europeu confirmou que a Grécia reembolsou os 4,2 mil milhões de euros de títulos emitidos pelo Estado grego que chegaram nesta segunda-feira à data de vencimento.

Em comunicado enviado às redacções, Gerry Rice, porta-voz da instituição sedada em Washington, diz poder "confirmar o reembolso da totalidade dos pagamentos em atraso, que se elevavam a cerca de dois mil milhões de euros". 

O pagamento foi feito com parte dos 7,16 mil milhões de euros do empréstimo de emergência concedido a Atenas pelos demais países europeus. Com este passo, a Grécia abriu caminho para a eventualidade de voltar a receber apoio financeiro e técnico de Washington. 

Yanis Varoufakis, ex-ministro grego das Finanças, decidiu pedir uma moratória nos pagamentos ao FMI, depois de ter deixado expirar o segundo programa de apoio da Zona Euro, em 30 de Junho, juntando a Grécia a três outros países que têm pagamentos em "atraso": Zimbabué, Somália e Sudão.

Na sequência, o FMI suspendeu também o segundo programa de apoio ao país, que expirava em Março do próximo ano e no âmbito do qual antecipava transferir mais 16 mil milhões de euros para o país.

"Como temos vindo a afirmar, o Fundo está pronto para continuar a ajudar a Grécia nos seus esforços para devolver a estabilidade financeira e o crescimento" ao país, acrescenta-se no comunicado do FMI.

O novo empréstimo europeu ainda deu para que a Grécia pudesse reembolsar a tempo e horas os 3,5 mil milhões de euros de títulos de dívida vendidos pelo Estado grego, aos quais se acrescem 690 milhões em juros. O mesmo foi confirmado por um porta-voz do BCE, que em resposta ao Negócios afirmou: "O BCE confirma que [o valor] foi pago". 

(Notícia actualizada às 17h50 para acrescentar a confirmação de pagamento também ao BCE)