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FMI só entra no terceiro resgate grego após mais garantias sobre alívio da dívida

Enquanto não houver mais informação sobre o alívio da dívida pública grega prometido pela Europa, o FMI não participará no novo empréstimo a Atenas.

Bloomberg
26 de Maio de 2016 às 09:52
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O FMI ainda não está dentro do barco do terceiro programa de resgate à Grécia. Washington diz que não recebeu garantias suficientes da Europa em relação a um futuro alívio da dívida pública grega.

 

Quarta-feira de madrugada, os responsáveis europeus anunciaram um acordo para entregar 10,3 mil milhões de euros a Atenas, com uma primeira tranche de 7,5 mil milhões transferida já em Junho, que forma a cobrir as necessidades de despesa do país durante o Verão. Inicialmente, foi noticiado que o Fundo Monetário Internacional (FMI) tinha cedido e aceitado participar sem que se avançasse já com um programa de alívio da dívida pública grega. No entanto, Washington esclareceu horas depois que a sua posição não é assim tão simples.

 

"Acho que, como sempre, existem compromissos e acho que foi importante chegar a um compromisso, porque a Grécia está numa situação em que precisa de uma transferência, portanto estivemos certamente dispostos a ceder em alguns pontos, mas não cedemos no facto de precisarmos de garantias adequadas no que diz respeito a um alívio da dívida antes de ir até ao nosso Conselho Executivo", explicou um responsável do FMI, numa conferência telefónica com jornalistas. "Nesta altura, não temos totalmente essas garantias, mas temos os compromissos que os europeus assumiram e tenho esperança de que chegaremos lá."

 

Ou seja, enquanto não houver mais informação sobre um alívio da dívida grega, a missão de emprestar pela terceira vez dinheiro à Grécia ficará só para a Europa. O FMI explica que, "ao contrário do que muitos na Europa queriam", a nova injecção de liquidez em Atenas não terá, para já, a participação do Fundo. "Não o estamos a fazer, porque ainda precisamos de discutir assuntos relacionados com a dívida", sublinhou o mesmo responsável. A ideia é o debate estar fechado até ao final do ano, mas não há garantias de que isso aconteça.

 

Washington nota que algumas das medidas que surgiram no comunicado do Eurogrupo não estão quantificadas, nomeadamente um período de carência, maturidades mais longas e diferimento de juros. "Se chegarmos à conclusão que estas medidas, mesmo quando quantificadas, não geram o alívio suficiente da dívida, haverá outra reunião do Eurogrupo para discutir o que fazer antes de irmos ao Conselho [Executivo]."

 

Esta explicação parece dar ao FMI um pouco mais de margem de manobra na negociação com os responsáveis europeus nos próximos meses. Ao contrário do que chegou a ser noticiado, o diferendo entre países como a Alemanha e o FMI pode ter sido empurrado para a frente, mas está ainda longe de estar resolvido.  

 

"Precisamos que nos seja assegurado que o universo de medidas que a Europa está disposta a comprometer-se é consistente com aquilo que achamos que é necessário para um alívio da dívida", acrescentou o representante do Fundo. "Ainda não temos isso."

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