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Obama pede uma solução duradoura para a dívida pública grega

Na última visita de Estado como presidente dos Estados Unidos, Barack Obama defendeu na Grécia que a economia helénica precisa de espaço para poder crescer e que é chegada a hora para encontrar uma solução duradoura para a dívida grega.

Reuters
15 de Novembro de 2016 às 17:11
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"Vou continuar a enfatizar a nossa perspectiva de que, por si só, a austeridade não providencia prosperidade", afirmou esta terça-feira, 15 de Novembro, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama.

 

Esta declaração reproduzida pela CNN foi feita ainda antes do encontro mantido esta tarde, em Atenas, entre Obama e o primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, durante o qual, como previamente anunciado, foi discutida a necessidade de proceder a um alívio da dívida pública helénica.

 

Citado pela agência Bloomberg, Tsipras começou por sustentar que a sociedade grega já não pode suportar medidas adicionais de austeridade, prometendo que o Executivo por si chefiado vai implementar reformas que potenciem o crescimento económico e não mais recessão.

 

Na mesma linha e também citado pela Bloomberg, Barack Obama reiterou a ideia de que "não podemos simplesmente encarar a austeridade enquanto estratégia", para depois notar que é chegado o momento de encontrar uma solução duradoura para o pesado fardo da dívida grega em vez de "revisitar o problema a cada seis meses".

 

Antes de iniciar este périplo europeu, Obama já tinha sinalizado, em afirmações prestadas ao jornal grego Kathimerini, que iria instar os credores gregos a procederem a um "alívio significativo" da dívida helénica. Nessa entrevista, Obama disse acreditar que "para fazer reformas sustentáveis as pessoas precisam de esperança". Quando Matteo Renzi viajou até aos Estados Unidos, em Outubro passado, Obama afirmara que "as medidas de austeridade contribuíram para abrandar o crescimento na Europa".

 

Não podemos simplesmente encarar a austeridade enquanto estratégia Barack obama

Na mesma entrevista Obama prosseguiu recordando que "o Fundo Monetário Internacional já disse que um alívio da dívida é crucial para colocar a economia grega numa rota sustentável e abrir caminho ao regresso da prosperidade". Apesar do acordo assinado no Verão de 2015 que viabilizou o resgate à Grécia num valor que pode ascender a 86 mil milhões de euros, logo nessa altura o FMI fez depender a sua participação financeira no programa helénico da disponibilidade do Banco Central Europeu e da Comissão Europeia para acordar um "alívio de dívida que permita à dívida helénica tornar-se sustentável".

 

Desde então as divergências entre os credores europeus e o FMI mantiveram-se, com a instituição liderada por Christine Lagarde a pedir em Maio último um "alívio incondicional" da dívida helénica para, entretanto, reafirmar que esta se mantém em níveis insustentáveis. Obama recorre à posição do FMI para defender que isso permitiria ainda mostrar que "a Europa consegue fazer a sua economia funcionar para todos".

 

Paralelamente, esta terça-feira foram retomadas em Atenas as negociações entre as autoridades gregas e os representantes das instituições europeias com vista à avaliação periódica ao cumprimento do memorando. O jornal grego To Vima escreve que o foco incidirá sobre a constituição de um fundo de privatizações e as reformas ao mercado laboral.

 

Depois de no final do mês passado o Mecanismo Europeu de Estabilidade (MEE) ter autorizado o desembolso de 2,8 mil milhões de euros para a Grécia destacando esta decisão inesperada com os "progressos firmes" alcançados pelas autoridades helénicas na "reforma do seu país", a expectativa é a de que a avaliação em curso será validada antes do encontro do grupo de trabalho do Eurogrupo, agendado para 28 de Novembro.

 

Espera-se ainda que na reunião dos ministros das Finanças da Zona Euro de 5 de Dezembro sejam aprovadas medidas de médio-prazo relativas à dívida grega, permitindo que sejam depois iniciadas conversações com o FMI para a participação da instituição no resgate grego.

 

Nesta última viagem oficial de Obama enquanto presidente dos Estados Unidos, a ida à Grécia constitui a primeira vez que um presidente norte-americano visita o país desde Bill Clinton, em 1999. Depois do encontro de hoje com Tsipras, Obama falou na "importância vital" da NATO e destacou o facto de a Grécia ser um dos únicos cinco países-membros da Aliança Atlântica que tem contribuído com o financiamento de 2% do PIB acordado. Agora Obama segue para a Alemanha onde além de conversar com a chanceler alemã, Angela Merkel, se encontrará também com os líderes de Itália, França, Espanha e Reino Unido.

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