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Candidato presidencial do Syriza quer lutar pela “Europa imaginada pelos fundadores”

O candidato a presidente da República da Grécia escolhido por Alexis Tsipras, Prokopis Pavlopoulos, garantiu que pretende “retirar o país do pesadelo desta crise” e promete lutar não apenas pela Grécia mas também pela Europa. Pavlopoulos deverá conseguir hoje ser eleito pelo Parlamento grego.

Reuters
18 de Fevereiro de 2015 às 14:13
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O candidato presidencial Prokopis Pavlopoulos, ex-ministro conservador do Executivo liderado pelo Nova Democracia (ND), deverá ser eleito, para um mandato de cinco anos, presidente da República helénica esta quarta-feira, na votação que decorrerá no parlamento grego pelas 17h30, hora de Lisboa.

 

Contrariamente ao anterior candidato Stavros Dimas, apoiado pela anterior maioria governativa formada pelo ND e pelos Pasok, Pavlopoulos não deverá ter dificuldades para garantir a sua eleição logo à primeira ronda. Depois de aceitar o convite formalizado esta terça-feira por Tsipras, Prokopis Pavlopoulos, citado pelo Kathimerini, prometeu, caso seja eleito, "retirar o país do pesadelo desta crise".

 

O candidato presidencial do actual Governo assumiu que o "objectivo passa por lutar não apenas pelo nosso país e pelo nosso povo, mas também pela Europa imaginada pelos fundadores". Já Alexis Tsipras explicou a escolha do antigo ministro pela necessidade de uma "abordagem calma de unidade e responsável", encarando o nome de Pavlopoulos como o de alguém que "recolhe um amplo apoio da sociedade e do Parlamento".

 

A escolha do antigo ministro do Interior do ND por parte do Syriza, depois de em Dezembro não ter apoiado o candidato Dimas escolhido pelo então primeiro-ministro Antonis Samaras, acontece depois de ter falhado aquela que foi apontada como a sua primeira escolha, e que, segundo a imprensa grega refere, recairia no nome de Dimitris Avramopoulos, actual comissário europeu e também um antigo ministro do ND.

 

Para garantir a eleição, Pavlopoulos, para além de contar com os votos, ou a maioria dos mesmos, dos deputados dos partidos que formam o actual Executivo (149 do Syriza e 13 dos Gregos Independentes), beneficiará ainda do apoio da segunda bancada mais representativa, ou seja, dos 76 parlamentares do ND. O partido de Samaras já anunciou que vai votar em Pavlopoulos.

 

Mesmo com a garantia de que o Partido Comunista Grego (KKE), o Pasok e o To Potami (partido que apresentou o seu próprio candidato - o constitucionalista Nikos Alivizatos) não irão votar no candidato escolhido por Tsipras, a Pavlopoulos bastarão apenas 180 votos para garantir a eleição.

 

Desta feita, depois de Dimas não ter conseguido recolher os apoios necessário para suceder ao ainda presidente Karolos Papoulias, falhando as três rondas de votação, cuja primeira exigia um apoio de 200 votos parlamentares, agora a eleição presidencial é enquadrada por regras ligeiramente diferentes. A Constituição grega estabelece que depois de falhadas as três primeiras votações previstas no processo da eleição presidencial, que obriga à dissolução parlamentar e posterior convocação de legislativas antecipadas, há apenas lugar a mais três tentativas para eleger um presidente.

 

Enquanto na primeira tentativa são necessários 180 votos para assegurar a eleição, na segunda, que a acontecer terá de ser realizada nos cinco dias seguintes, bastará somente uma maioria parlamentar simples de 151 dos 300 deputados que compõem a assembleia helénica. Caso tal não se verifique, há uma terceira votação, novamente no prazo de até cinco dias subsequentes à votação anterior, para a escolha entre os dois candidatos mais votados, vencendo aquele que conseguir uma maioria relativa.

 

Na votação desta quarta-feira, segundo elucida a agência Bloomberg, os deputados do Parlamento saído das eleições legislativas antecipadas do dia 25 de Janeiro, segundo as regras constitucionais, têm apenas duas possibilidades de voto. Numa votação à vez, ou apoiam determinado candidato pronunciando o seu nome, ou se limitam a dizer "presente", o que significa que não conferem apoio ao candidato em causa.

 

A escolha presidencial que, portanto, desta vez não deverá colocar problemas ao Executivo em funções, surge no dia em que Atenas confirmou que irá pedir a extensão do empréstimo por mais seis meses. Desta forma, o Executivo de Tsipras mantém que não vai solicitar o prolongamento nem a negociação de um novo programa de assistência. Tanto a aceitação da proposta apresentada pela Grécia, bem como as condições que venham a ser assumidas por esse eventual prolongamento, continuarão a ser discutidas ao longo do dia de hoje.

 

A apresentação oficial deste pedido de prolongamento deve ser apresentado já na quinta-feira, perspectivando-se assim que na próxima sexta-feira seja realizada uma reunião extraordinária do Eurogrupo.

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