Desta vez foi à primeira votação que a Grécia elegeu aquele que será o próximo presidente da República. Prokopis Pavlopoulos, de 64 anos, irá assumir um mandato de cinco anos, substituindo na função o ainda presidente Karolos Papoulias.

Pavlopoulos, ex-ministro do Interior no Governo do Nova Democracia (ND), será o nono presidente da III República helénica, mantendo a tradição de os presidente gregos serem oriundos do Pasok, como é o caso de Papoulias, ou do Nova Democracia. Desde 1974, ano da instauração da III República, apenas dois presidentes eleitos eram independentes. 

Numa corrida a dois, em que teve a concorrência do candidato presidencial proposto pelo To Potami (O Rio), o advogado constitucionalista Nikos Alivizatos, a vitória do candidato apresentado pelo Syriza afigurava-se previsível. O agora eleito presidente superou a maioria de três quintos necessária, garantindo um total de 233 votos favoráveis à sua eleição.

Ao contrário do que sucedeu no anterior processo de eleição presidencial, cuja incapacidade para eleger o candidato da anterior maioria governativa Stavros Dimas ditou a antecipação das legislativas, desta feita bastaria apenas uma maioria de 180 votos parlamentares para assegurar a eleição de um presidente. 

Todavia, apesar de alguma críticas internas de membros do Syriza face à escolha do nome de Pavlopoulos, esperava-se que na votação desta tarde o agora presidente eleito conseguisse obter os votos dos deputados da coligação de esquerda radical, dos Gregos Independentes, que formam Governo com o Syriza, e ainda do Nova Democracia, cujo grupo parlamentar anunciou ainda na terça-feira o apoio a Pavlopoulos. Ainda assim, terá havido algumas dissidências, uma vez que se todos os deputados do Siriza (149), dos Gregos Independentes (13) e do ND (76), tivessem votado em Prokopis Pavlopoulos, este teria obtido 238 votos.

O primeiro-ministro grego consegue assim algo que o anterior Executivo liderado por Antonis Samaras não conseguiu, nomeando um presidente que Alexis Tsipras espera poder congregar e unir o parlamento helénico numa altura em que subsiste ainda uma nebulosa a envolver o futuro da Grécia. Tsipras pretende que o novo chefe de Estado grego consiga uma "abordagem calma de unidade e responsável" que possa"recolher um amplo apoio da sociedade e do Parlamento".

Na terça-feira, depois de oficializada a sua candidatura presidencial, Pavlopoulos anunciou que o seu objectivo passava por "lutar não apenas pelo nosso país e pelo nosso povo, mas também pela Europa imaginada pelos fundadores".

(Notícia actualizada às 19h33 com mais informações)