Após o fim do programa de ajustamento grego, previsto para o final deste ano, "vai continuar a existir algum tipo de relação contratual entre a Grécia e as instituições europeias", afirmou o presidente do grupo do trabalho do Eurogrupo, Thomas Wieser, citado pela agência Bloomberg.

Thomas Wieser considera pouco provável que Atenas consiga abandonar o programa de ajustamento – iniciado em Maio de 2010 – através de uma saída limpa, semelhante à de Portugal e Irlanda e que "libertou" os dois países de um programa cautelar.

No caso da Grécia, a opção deverá passar, precisamente, por um programa cautelar, financiado pela parte da linha da troika destinada à banca ainda não usada e que ascenderá a 11,3 mil milhões de euros. A partir de Janeiro de 2015, este valor poderá ser usado na "saída segura" do programa de ajustamento, noticia o jornal grego Kathimerini. Este valor pode aumentar, ou diminuir, dependendo das necessidades do país.

As negociações entre Atenas e Bruxelas vão ter em consideração a "volatilidade" que os mercados viveram nas últimas semanas, quando o Governo helénico colocou em cima da mesa a possibilidade de uma saída antecipada do programa de ajustamento. "Esta reacção mostrou-nos que a percepção dos mercados é a de que a situação ainda não está estável e que é necessário continuar a trabalhar para que o país tenha acesso total aos mercados", sublinhou Thomas Wieser.

Segundo as contas de Bruxelas, as necessidades de financiamento de Atenas deverão variar entre 10 mil milhões e 15 mil milhões de euros em 2015.