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Atenas poderá pedir extensão do programa de resgate

A Grécia pode estar em vias de solicitar o prolongamento do programa de ajustamento económico e financeiro para lá de 31 de Dezembro de 2014. Esta pode ser a forma encontrada de ultrapassar o impasse entre Atenas e os parceiros da troika no que concerne à libertação da última tranche e à forma como o país vai abandonar o programa de ajuda externa.

Bloomberg
28 de Novembro de 2014 às 12:22
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As autoridades gregas poderão pedir um breve prolongamento do actual programa de assistência económica e financeira da troika, que em condições normais deveria terminar a 31 de Dezembro.

 

Atenas poderá também estar na disposição de aceitar que o Fundo Monetário Internacional (FMI) mantenha um papel de relevo na Grécia mesmo depois de 2015, independentemente da forma que vier a ser encontrada para enquadrar a saída grega do programa de ajuda externa.

 

A solução para o impasse entre a troika e Atenas poderá, então, passar pelo prolongamento da vigência do programa de ajuda externa, o que para além de garantir mais tempo às autoridades gregas e aos parceiros da troika para decidir a forma como Atenas vai concluir o resgate internacional, não inviabilizaria a libertação da última tranche no final deste ano.

 

O jornal grego Kathimerini refere que após as conversações de dois dias, em Paris, entre Atenas e representantes ds troika, que foram inconclusivas, o Executivo helénico terá concluído que é improvável que a última avaliação periódica ao cumprimento do programa de resgate possa estar concluída antes de 8 de Dezembro, aquando do início do encontro do Eurogrupo.

 

Nessa altura a troika pretendia já ter concluído a avaliação trimestral por forma a poder libertar a última tranche de 1,8 mil milhões de euros. Os parceiros da troika pretendiam também ter já decidido nessa data a forma como a Grécia deveria sair do programa de resgate.

 

O próprio orçamento grego para 2015 só será votado no parlamento helénico a 7 de Dezembro, o que também deixaria pouca margem de manobra para acordar novos ajustamentos com a troika que identificou um buraco de 2,6 mil milhões de euros no plano orçamental. Atenas parece, contudo, recusar-se a implementar novas medidas de austeridade. Quanto à possibilidade de um novo resgate, isso está fora de questão para o Executivo helénico.

 

"O objectivo é que a última tranche seja libertada a 31 de Dezembro. Mas se por questões técnicas alguns procedimentos ainda não estiverem finalizados nessa data, poderá haver um prolongamento, mas não um novo resgate", esclareceu o vice-primeiro-ministro Evangelos Venizelos após um encontro com o líder do Executivo grego Antonis Samaras.

 

Esta solução garantiria ainda aos bancos gregos a possibilidade de continuarem a financiar-se a taxas de juro baixas junto do Banco Central Europeu.

 

Por fim, segundo fontes envolvidas no processo, citadas pelo Kathimerini, Atenas estaria também disponível para aceitar um papel mais preponderante do FMI após a conclusão do resgate, nomeadamente nos dois anos de monitorização pós-resgate.

 

Note-se que para já a possibilidade mais ventilada sobre a forma como se vai proceder à saída da Grécia do programa de ajuda externa passa pela adopção de um programa cautelar que poderia ser financiado pela parcela da linha da troika destinada ao sector financeiro grego e que ainda não foi usada, que deverá ascender a cerca de 11,3 mil milhões de euros.

 

Ver-se-á se a troika está disponível para aceitar a ideia das autoridades gregas, especialmente numa altura em que permanecem muitas diferenças sobre o orçamento do próximo ano. Jeroen Dijsselbloem defendia, a 6 de Novembro, ser "crucial que as autoridades gregas trabalhem com a troika e completem a actual avaliação", sublinhando a necessidade de "um corte claro entre o fim do programa e quaisquer instrumentos que se sigam depois de 1 de Janeiro".

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