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Atenas reformula equipa encarregue de negociar acordo com credores

Alexis Tsipras remodelou a equipa responsável pelas negociações com os parceiros depois das críticas dirigidas ao ministro grego das Finanças, Yanis Varoufakis, na reunião do Eurogrupo de sexta-feira. Entretanto, Tsipras e a chanceler Merkel decidiram manter contacto directo para facilitar a chegada a um acordo final.

12 de Fevereiro – Merkel antes do Conselho Europeu em que se encontrou pela primeira vez com Tsipras

“A Alemanha está pronta para fazer compromissos, mas também devo dizer que a credibilidade da Europa depende naturalmente do respeito pelas regras que fixámos e da confiança mútua”.
Reuters
27 de Abril de 2015 às 14:42
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O primeiro-ministro grego Alexis Tsipras decidiu remodelar a equipa responsável pela condução das negociações, do lado helénico, com os parceiros europeus e as instituições credoras.

 

Segundo avança a agência Reuters, Tsipras, apesar de manter o ministro grego das Finanças, Yanis Varoufakis, na liderança do processo negocial, e de garantir continuar a depositar nele "total confiança", optou por colocar a responsabilidade de coordenação das negociações sobre os ombros de Euclid Tsakalotos, vice-ministro dos Negócios Estrangeiros.

 

Com a decisão tomada numa reunião realizada esta segunda-feira, 27 de Abril, Tsipras pretenderá que Tsakalotos represente as autoridades gregas nas negociações cara-a-cara com as restantes partes, beneficiando das qualidades diplomáticas do economista. Isto numa altura em que a oposição parlamentar ao Syriza já pede a demissão de Varoufakis na sequência das críticas generalizadas à forma como este tem liderado o lado grego nas negociações tendo em vista um acordo que permita ultrapassar a crise helénica.

 

Esta decisão não será alheia à forma como se desenrolou a reunião de sexta-feira passada do Eurogrupo, em Riga, capital da Letónia. Varoufakis esteve debaixo de fogo dos seus congéneres, que criticaram a forma como o responsável grego tem impossibilitado a chegada a conclusões que permitam firmar um acordo final sobre as medidas que o Executivo helénico terá de apresentar para ver libertada a última tranche de 7,2 mil milhões de euros prevista no programa de assistência grego.

 

O ministro da Economia e Finanças espanhol, Luis de Guindos, assegurou que todos os ministros presentes em Riga disseram a Varoufakis que as negociações "não poderiam continuar a decorrer desta forma".

 

No fim-de-semana, também o líder do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem, notava que as diferenças com Atenas não se prendem apenas com questões relacionadas directamente com a pasta das Finanças, parecendo deixar subentendido que Tsipras deveria ter um papel mais activos nas negociações.

 

Tsipras e a chanceler alemã Angela Merkel, que já haviam conversado na quinta-feira passada, à margem do Conselho Europeu, reunido em Bruxelas para discutir a crise migratória, voltou a conversar com a governante germânica este domingo. O objectivo foi o de desanuviar a tensão agudizada pelas discussões de Riga.

 

Nesta conversa telefónica com Merkel, Tsipras terá mesmo, adianta o Mega Channel, proposto um conjunto de medidas alternativas: congelar a implementação das reformas laborais anunciadas até Junho, ou mesmo depois; controlar as reformas antecipadas; reduzir os suplementos de pensões mais elevados; introdução de uma taxa especial para os hotéis de luxo; e a utilização dos fundos provenientes das privatizações como contributo para o financiamento do sistema de pensões.

 

O jornal alemão Bild, citado pela agência Bloomberg, avança que Atenas irá apresentar, aos restantes membros da Zona Euro, uma nova lista de medidas já na próxima quarta-feira.

 

Para já, certo é que os dois líderes políticos decidiram, a partir de agora, manter contacto regular e directo de forma a facilitar as negociações entre as partes. Quando se avolumam as dificuldades de liquidez da Grécia, que terá de pagar mais de 900 milhões de euros ao Fundo Monetário Internacional (FMI) até 12 de Maio, Tsipras e Merkel acordaram manter uma linha directa de conversações que permitam ultrapassar eventuais bloqueios nas negociações ao nível técnico.

 

Esta segunda-feira haverá lugar a uma chamada de teleconferência entre o conselheiro económico e responsável pelas negociações técnicas Giorgos Houliarakis e o representante da Comissão Europeia, Declan Costello. Aproxima-se a data limite para um acordo final sinalizado para o dia 11 de Maio, na véspera de um pagamento superior a 700 milhões de euros ao FMI. 

 

Perante o atraso verificado no processo negocial, a Reuters escreve entretanto que o porta-voz do ministro das Finanças alemão, Martin Jaeger, disse que apesar de "o objectivo ser o de manter a Grécia no euro", e tendo em conta que a "bola continua do lado grego", "continuamos a aguardar pelas propostas há várias semanas". Do lado dos parceiros europeus, tem prevalecido a ideia de que desde os encontros de Fevereiro, até ao momento, não se verificaram avanços significativos no que concerne às medidas que as autoridades helénicas se predispõem implementar.

 

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