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Dijsselbloem: "É difícil falar do futuro sem termos um acordo para quatro meses"

Tal como era esperado, os ministros das Finanças da Zona Euro não chegaram a um acordo sobre a Grécia. No final do encontro, os responsáveis europeus pediram a Atenas para acelerar as negociações e deixaram um alerta: "O tempo está a esgotar-se".

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"É necessária uma lista ampla de reformas" para que possa ser concluído o acordo de Fevereiro, sublinhou o presidente do Eurogrupo na conferência de imprensa realizada no final do encontro, em Riga, na Letónia. Apesar dos "sinais positivos" que têm surgido, Jeroen Dijsselbloem reconheceu existirem "muitas diferenças que precisam de ser ultrapassadas, ao nível do conteúdo" para que Atenas e os credores alcancem um acordo. 

 

Questionado sobre a possibilidade de um desembolso parcial de fundos, Dijsselboem foi peremptório: "A resposta pode ser muito curta: Não. Não haverá um acordo parcial". 

 

"Foi desperdiçado muito tempo nestes últimos dois meses", assinalou o presidente do Eurogrupo acrescentando que "chegar a um acordo é sobretudo do interesse da Grécia".

 

No entanto, o Dijsselbloem mantém-se confiante num entendimento e assegura que essa posição é partilhada por todos os ministros das Finanças da Zona Euro. "Ainda estamos todos determinados em encontrar uma solução e em apoiar a Grécia. Mas tem que ser um programa sustentável", reiterou. "O tempo é apertado e a liquidez está a escassear. A motivação estará certamente aí". 

 

Quando questionado pelos jornalistas sobre o futuro e o que se segue depois de Junho - data em que termina a extensão do programa de ajuda - Dijsselbloem salientou que " têm de começar as negociações sobre o que vem a seguir". "Espero alcançar um acordo rápido e depois podemos falar do futuro. Mas é difícil falar do futuro sem termos um acordo para quatro meses", acrescentou. 

 

Dijsselboem: "Foi uma discussão muito crítica"

 

Segundo fontes citadas pela Bloomberg, Varoufakis terá sido "martelado" pelos colegas do Eurogrupo durante a reunião desta manhã devido à falta de progressos nas negociações, e acusado de ser "amador", "jogador" e de "desperdiçar tempo".

 

Confrontado pelos jornalistas, Dijsselbloem não negou as afirmações. "Para ser franco, foi uma discussão muito crítica", avançou o responsável. 

 

O líder do Eurogrupo lembrou que, em Fevereiro, a Grécia foi incentivada a fazer grandes progressos até ao final de Abril mas, na verdade, ainda não apresentou os resultados pretendidos. "Queríamos ouvir resultados positivos mas ainda estamos longe disso", lamentou. "Ainda há grandes, grandes problemas por resolver". 

 

Draghi: Banca grega terá acesso a liquidez de emergência enquanto for solvente e tiver colateral adequado

 

Na conferência de imprensa que encerrou o encontro do Eurogrupo, o presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi, afirmou que os bancos gregos terão acesso à linha de liquidez de emergência (programa ELA) enquanto forem solventes e tiverem o colateral adequado. 

 

Draghi reconheceu que, apesar dos "progressos alcançados nos últimos dias e semanas", a situação do país continua frágil com a perda continuada de depósitos e com os juros da dívida a atingirem recordes. "Quanto mais altas as 'yields' e a volatilidade, mais colateral é destruído", referiu.

 
Reacções após o Eurogrupo

Valdis Dombrovskis, vice-presidente da Comissão Europeia: "É urgente acelerar as negociações".

 

Edward Scicluna, ministro das Finanças de Malta: "Houve um total colapso nas comunicações".

 

Maria Luís Albuquerque, ministra das Finanças de Portugal: "Em termos de progresso real, de haver acordo sobre alguma área especificamente, infelizmente não [houve]".  

 

Pierre Moscovici, comissário europeu dos Assuntos Económicos: "O tempo está a esgotar-se".

(Notícia actualizada às 13h10)

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