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Tusk alerta para uma saída acidental da Grécia da Zona Euro

O presidente do Conselho Europeu mostra-se preocupado com uma saída acidental da Grécia do bloco do euro, alertando para a importância de "evitar qualquer humilhação na crise grega".

Reuters
16 de Março de 2015 às 17:08
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O polaco Donald Tusk (na foto), presidente do Conselho Europeu (CE), considera que a possibilidade de uma saída acidental da Grécia da Zona Euro (designada pelo neologismo "Grexident", que associa a saída do euro a uma causa acidental) é uma ameaça real, e garante ser fundamental "evitar um cenário tão idiota".

 

Numa entrevista concedida a seis periódicos europeus, entre os quais o El País, na passada sexta-feira e publicada esta segunda-feira, o historiador de formação vincou que "demasiados acontecimentos na história europeia ocorreram por acidente", no que pareceu uma alusão aos mal-entendidos de origem essencialmente diplomática que espoletaram a Primeira Grande Guerra.

 

Na perspectiva do político polaco, são inúmeros e graves os riscos que se apresentam para a Europa defronte da crise grega em curso. "As consequências

As consequências para a Europa [de uma saída da Grécia] não seriam apenas financeiras, mas como resultado escrever-se-ia o capítulo mais dramático da história da União Europeia 
 
Donald Tusk
Presidente do Conselho Europeu

para a Europa não seriam apenas financeiras, mas como resultado escrever-se-ia o capítulo mais dramático da história da União Europeia (UE)", antecipou Donald Tusk que, por isso, explica ser necessário "ajudar a Grécia", facto que tem para si como "indiscutível".

 

Perante uma crise que não raras vezes opõe Bruxelas a Atenas, numa lógica que amiúde tem resvalado para trocas de acusações, nomeadamente entre responsáveis gregos e alemães, Tusk alerta para os riscos deste tipo de enfrentamento. O ministro das Finanças alemão Wolfgang Schäuble referia na semana passada que a possibilidade de a Grécia sair do euro "não pode ser excluída".

 

"Temos de evitar qualquer coisa que possa humilhar a outra parte", disse antes de voltar ao seu conhecimento da história para recordar que "a dignidade e a humilhação são muito importantes na política, e não apenas os números".

 

Ainda assim, o ex-primeiro-ministro da Polónia não considera que a Grécia esteja a ser humilhada, apesar de "muitos gregos hoje se sentirem humilhados". Nesse sentido, Tusk mostra-se "irritado" pelos comentários por vezes proferidos pelos responsáveis políticos de Atenas contra a Alemanha.

 

Para o presidente do Conselho Europeu a postura assumida pelo primeiro-ministro grego Alexis Tsipras não tem sido benéfica para os interesses helénicos. E confidenciou ter dito a Tsipras: "Necessitam de milhares de milhões de euros e não podem atacar e ofender a cada dia aqueles que podem ajudar. É contraproducente", rematou.

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