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Maioria dos alemães defende agora a saída da Grécia do euro
A mudança na opinião pública alemã acontece num momento em que Berlim e Atenas vivem uma guerra de palavras e depois de várias semanas de negociações entre Atenas e os parceiros europeus.
Passou a haver uma maioria de alemães que defende a saída da Grécia da moeda única. Em Fevereiro, 52% dos alemães defendiam que Atenas devia ficar no euro contra 41% que consideravam que a saída era a melhor opção. Mas agora, 52% dos alemães defende que a Grécia não deve permanecer na Zona Euro, contra 40% que querem que fique.
A conclusão é de uma sondagem realizada para a estação de televisão alemã ZDF e divulgada esta sexta-feira, 13 de Março.
Já 80% consideram que não é séria a posição do Governo de Alexis Tsipras nas negociações com os parceiros europeus. Questionados sobre se a saída grega do euro prejudicaria o país, 47% dos alemães consideram que teria uma influência limitada, com 11% a afastarem por completo uma consequência negativa.
A alteração na opinião pública alemã acontece num momento em que Berlim e Atenas vivem uma guerra de palavras e depois de várias semanas de negociações entre Atenas e os parceiros europeus para o prolongamento por quatro meses dos empréstimos.
O Executivo de Angela Merkel sempre olhou com cautela para a chegada do Syriza ao poder, devido às suas reclamações de reestruturação de dívida. Mas a tensão entre as duas capitais agravou-se esta semana depois de a Grécia ter vindo reclamar a devolução do empréstimo forçado e as reparações de guerra às vítimas da ocupação nazi.
Atenas apresentou também uma queixa oficial em Berlim contra as declarações do ministro das Finanças alemão. Isto depois de Wolfgang Schäuble ter dito, primeiro, que Yanis Varoufakis precisa de voltar a ler a declaração do Eurogrupo de 20 de Fevereiro, assinada pelo ministro helénico, para recordar-se dos seus compromissos. "Eu estou disposto a emprestar-lhe uma cópia se ele precisar", disse na terça-feira.
Depois, o responsável pelas contas públicas alemãs também rejeitou qualquer ingenuidade da parte de Varoufakis na sua relação com a imprensa. E terá transmitido isso pessoalmente ao seu homólogo grego, para depois revelá-lo publicamente.
"Em termos de comunicação, causaste um forte impacto. Mas isso pode ter sido uma falsa impressão. Agora que ele seja repentinamente ingénuo em termos de comunicação, disse-lhe eu, é algo novo para mim. Mas vivendo e aprendendo", sublinhou Schäuble.
O ministro dos Negócios Estrangeiros alemão, Frank-Walter Steenmeier, declarou que "não vai haver uma reabertura do debate sobre as reparações de guerra". Por seu turno, Alexis Tsipras declarou que a Grécia vai abordar este assunto com a "sensibilidade que é necessária. Esperamos o mesmo do Governo alemão".