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Grécia vai aos mercados buscar 1,3 mil milhões para pagar aos credores na sexta-feira

O governo grego tem de pagar dois mil milhões aos credores internacionais no final desta semana. Pelo meio, os líderes europeus vão reunir-se e Angela Merkel já avisou que quer debater o financiamento à Grécia. Já os credores internacionais queixam-se que Atenas pretende aprovar medidas no parlamento sem os consultar.

Reuters
18 de Março de 2015 às 12:51
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Num momento em que o dinheiro escasseia nos cofres gregos, Atenas foi aos mercados vender 1,3 mil milhões de euros em dívida de curto prazo esta quarta-feira, 18 de Março. 

 

Com uma maturidade de 13 semanas, as obrigações foram vendidas por um juro de 2,7%, o mesmo obtido no leilão anterior de 11 de Março, com a procura a superar a oferta em 1,3 vezes. Amanhã vai haver nova incursão do Tesouro helénico nos mercados para tentar vender mais 300 milhões.

 

Este dinheiro já tem destino certo. Vai ser esta sexta-feira que a Grécia vai ter de reembolsar os seus credores em quase dois mil milhões de euros. Deste total, 1,6 mil milhões são para reembolsar dívida de curto prazo a expirar, enquanto 350 milhões vão directos para o Fundo Monetário Internacional (FMI).

 

Mas os cofres gregos precisam de mais dinheiro no curto prazo, entre três mil milhões a cinco mil milhões, com o fim do mês a aproximar-se e os salários e pensões a pagar. Este valor ascende aos 4,5 mil milhões de euros mensalmente.

 

As discussões técnicas entre o Governo de Alexis Tsipras e as instituições internacionais sobre a implementação das reformas acordadas com o Eurogrupo prosseguem por estes dias. Mas os interlocutores da Grécia queixam-se de que Atenas prepara-se para aprovar medidas unilaterais cujo impacto orçamental é desconhecido e sem consultar previamente os credores internacionais.

 

O parlamento grego vai aprovar hoje legislação com o objectivo de combater a crise humanitária no país – visando ajudar famílias carenciadas através de subsídios para a electricidade e alimentação, assim como habitação. Já na sexta-feira, o Syntagma vai aprovar medidas para aumentar as receitas fiscais, como um programa de incentivos para regularização de dívidas.

 

Os líderes da União Europeia vão-se reunir esta quinta e sexta-feira e a situação na Grécia deverá estar em cima da mesa em Bruxelas.

 

De Berlim, chegam notícias de que Angela Merkel está disposta a falar sobre a situação na Grécia. Uma fonte do Governo alemão disse à Bloomberg que o presidente da União Europeia, Donald Tusk, deve organizar um encontro para debater o financiamento a Atenas, num momento em que as negociações com o Executivo helénico estão a ser difíceis.

 

O próprio Alexis Tsipras telefonou a Donald Tusk a propor a realização de um encontro com Angela Merkel, François Hollande, Mario Draghi e Jean-Claude Juncker.

 

Dois altos responsáveis europeus enviaram hoje recados para Alexis Tsipras. O comissário para o euro, Pierre Moscovici, veio dizer que é "preciso trabalhar rapidamente, sinceramente e transparentemente" numa altura em que o tempo escasseia para a Grécia.

 

O presidente do Parlamento Europeu, por seu turno, disse que o Governo grego deve parar de procurar  formas de financiamento alternativas que são "altamente controversas" e que "não travam os problemas reais".

 

Martin Schulz considera que o Governo de Atenas deve encontrar capital grego no estrangeiro que não foi declarado para cobrar os devidos impostos, de forma a aumentar as receitas fiscais. Em entrevista ao jornal alemão Rheinische Post, o responsável sublinhou que a fuga de capitais alcança a casa dos "mil milhões".

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