Notícia
União Bancária: Relatório de Bruxelas mostra que houve redução do risco. Falta a partilha
Um relatório da Comissão Europeia e do Banco Central Europeu concluiu que os Estados-membros fizeram progressos na redução do risco. Falta avançar na partilha desse risco para completar a União Bancária.
O risco já foi reduzido e, portanto, a União Europeia deve agora avançar para a partilha do risco, principalmente no que toca à União Bancária. Esta é a conclusão de um relatório publicado esta quarta-feira, 27 de Junho, da autoria da Comissão Europeia e do Banco Central Europeu. O estudo tinha sido pedido por Mário Centeno, presidente do Eurogrupo, que destacou no Twitter que o progresso tem sido "sustentado". E deu a redução em um terço do crédito malparado como exemplo.
Em causa na partilha de risco está o completar da União Bancária, onde se inclui, por exemplo, acriação do'backstop' - uma rede de segurança dos Estados face a danos provenientes de problemas no sistema financeiro quando tudo o resto falha. Essa ferramenta deverá ficar a cargo do Mecanismo Europeu de Estabilidade. É neste ponto que existe maior consenso.
Estes são dados que certamente estarão em discussão na Cimeira do Euro que começa esta sexta-feira, dia 29 de Junho. Esta tinha sido a data "limite" traçada por Mário Centeno, quando tomou posse enquanto presidente do Eurogrupo, para mostrar resultados no aprofundamento da União Económica e Monetária. Tal prende-se também com o fim do mandato actual das instituições europeias uma vez que as eleições ocorrem dentro de menos de um ano.
A dois dias do momento decisivo, num artigo de opinião publicado no ECO, Mário Centeno afirma que "não podemos construir trincheiras em torno de linhas vermelhas na negociação" da reforma do euro. O líder do Eurogrupo pede aos países contributos e uma posição construtiva num debate que vai exigir "paciência" e "determinação política".
"Uma das propostas chave sobre a mesa é fazer do Mecanismo Europeu de Estabilidade uma rede de segurança de último recurso (‘backstop’) para a resolução bancária. Assim evitaremos de forma credível que bancos em dificuldade prejudiquem no futuro as nossas economias e os nossos contribuintes", escreve o ministro das Finanças português, referindo que se vai abrir também "o caminho a discussões políticas no sentido de criar um sistema europeu de garantia de depósitos, de forma a evitar que uma corrida aos bancos se repita na Europa".
O que melhorou?
A Comissão Europeia e o Banco Central Europeu concluem que "se confirma a tendência sustentada na redução do risco". "À luz do progresso feito, é agora importante que se embarque em discussões mais concretas e de compromisso em relação à partilha do risco", assinala o documento.
Em termos gerais, o relatório concluiu que quatro dos seis indicadores monitorizados (capital, alavancagem, liquidez e fundos estáveis), tanto na União Europeia como nas médias nacionais, "estão bem acima não apenas dos requisitos definidos pela legislação europeia mas também pelos futuros requisitos propostos no pacote de redução de risco bancário que ainda não foi adoptado".
Um desses indicadores que está a melhorar é o crédito malparado (NPLs). "[Os NPLs] diminuíram em um terço desde o pico da crise e esta tem sido uma queda sustentada, especialmente nos Estados-membros que têm um elevado stock de NPLs", refere o documento, tal como ilustra o gráfico seguinte.
Em causa na partilha de risco está o completar da União Bancária, onde se inclui, por exemplo, acriação do'backstop' - uma rede de segurança dos Estados face a danos provenientes de problemas no sistema financeiro quando tudo o resto falha. Essa ferramenta deverá ficar a cargo do Mecanismo Europeu de Estabilidade. É neste ponto que existe maior consenso.
Contudo, há falta de acordo noutros pontos. A resistência dos Estados-membros prende-se mais com o fundo de garantia de depósitos europeus, o EDIS, como é conhecido em Bruxelas. Para chegar a acordo, o Eurogrupo tem monitorizado os indicadores que medem os progressos na redução de riscos financeiros. Este relatório faz parte dessa monitorização e dá a entender que tanto o malparado como a resiliência do capital dos bancos europeus parece estar cada vez melhor.To inform our discussions in #Eurogroup and #EUCO, I asked the @EU_Commission, the SSM & the @EU_SRB to produce an overview of progress in risk reduction @ EU &National level. Conclusion is clear: sustained progress across the board! https://t.co/RqFNmBVeHu pic.twitter.com/eHrWSkA1zB
— Mário Centeno (@mariofcenteno) 27 de junho de 2018
Estes são dados que certamente estarão em discussão na Cimeira do Euro que começa esta sexta-feira, dia 29 de Junho. Esta tinha sido a data "limite" traçada por Mário Centeno, quando tomou posse enquanto presidente do Eurogrupo, para mostrar resultados no aprofundamento da União Económica e Monetária. Tal prende-se também com o fim do mandato actual das instituições europeias uma vez que as eleições ocorrem dentro de menos de um ano.
A dois dias do momento decisivo, num artigo de opinião publicado no ECO, Mário Centeno afirma que "não podemos construir trincheiras em torno de linhas vermelhas na negociação" da reforma do euro. O líder do Eurogrupo pede aos países contributos e uma posição construtiva num debate que vai exigir "paciência" e "determinação política".
"Uma das propostas chave sobre a mesa é fazer do Mecanismo Europeu de Estabilidade uma rede de segurança de último recurso (‘backstop’) para a resolução bancária. Assim evitaremos de forma credível que bancos em dificuldade prejudiquem no futuro as nossas economias e os nossos contribuintes", escreve o ministro das Finanças português, referindo que se vai abrir também "o caminho a discussões políticas no sentido de criar um sistema europeu de garantia de depósitos, de forma a evitar que uma corrida aos bancos se repita na Europa".
O que melhorou?
A Comissão Europeia e o Banco Central Europeu concluem que "se confirma a tendência sustentada na redução do risco". "À luz do progresso feito, é agora importante que se embarque em discussões mais concretas e de compromisso em relação à partilha do risco", assinala o documento.
Em termos gerais, o relatório concluiu que quatro dos seis indicadores monitorizados (capital, alavancagem, liquidez e fundos estáveis), tanto na União Europeia como nas médias nacionais, "estão bem acima não apenas dos requisitos definidos pela legislação europeia mas também pelos futuros requisitos propostos no pacote de redução de risco bancário que ainda não foi adoptado".
Um desses indicadores que está a melhorar é o crédito malparado (NPLs). "[Os NPLs] diminuíram em um terço desde o pico da crise e esta tem sido uma queda sustentada, especialmente nos Estados-membros que têm um elevado stock de NPLs", refere o documento, tal como ilustra o gráfico seguinte.
"Os bancos em toda a Zona Euro têm adoptado passos significativos para melhorar a sua resiliência e reduzir os riscos", remata o relatório.