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Crédito malparado na UE continua a descer. "Progresso é bom", diz Centeno

Um novo relatório da Comissão Europeia conclui que os Estados-membros continuam a progredir na redução do risco dos bancos. Falta avançar na partilha desse risco para completar a União Bancária, tema que estará na reunião do Eurogrupo.

12 de Junho de 2019 às 13:02
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O último relatório da Comissão Europeia sobre a saúde dos bancos europeus mostra que o rácio do crédito malparado na União Europeia baixou para os 3,8% no quarto trimestre de 2018, o que compara com valores acima dos 6% no pico da crise. O documento que foi publicado esta quarta-feira, 12 de junho, mostra que o "progresso é bom" para Mário Centeno, presidente do Eurogrupo, que terá de tomar decisões sobre a União Bancária.

Portugal está entre os países que mais reduziram (ver gráfico), acompanhado do Chipre, Irlanda e Itália. Segundo os dados da Comissão, já foram removidos cerca de 133 mil milhões de euros de crédito malparado dos balanços dos bancos europeus nos últimos três anos: 103 mil milhões de euros em Itália, cerca de 24 mil milhões de euros em Portugal e seis mil milhões de euros no Chipre.

"Foram realizados progressos significativos no sentido de continuar a redução dos riscos na União Bancária", conclui o relatório da Comissão Europeia, do Banco Central Europeu (BCE) e Mecanismo Único de Resolução, referindo que os NPLs (crédito malparado) dos bancos se aproximam de "níveis anteriores à crise". Na opinião destas entidades, "numa perspetiva de futuro, é essencial avançar com um sistema comum de seguro de depósitos para a área do euro".

Este relatório será apresentado na próxima reunião do Eurogrupo que se realiza esta quinta-feira, 13 de junho, pelo ministro das Finanças português. No Twitter, Mário Centeno destacou os progressos na desalavancagem do setor bancário europeu, no reforço dos rácios de capital, no aumento das folgas para absorver perdas e ainda na redução dos empréstimos "maus". "Este relatório servirá de base para as decisões do Eurogrupo" amanhã, antecipou. 

Esta reunião precede a cimeira do euro de 21 de junho - a última cimeira do euro ocorreu em dezembro de 2018 - onde os líderes europeus reunidos no Conselho Europeu poderão dar luz verde a algumas das iniciativas que completam a União Bancária. Atualmente o que está em causa é o acordo político para a implementação do Sistema Europeu de Seguro de Depósitos (EDIS, na sigla inglesa) que protegerá os depósitos de todas as contas da Zona Euro até um certo montante. 

As medidas de redução do risco, nomeadamente as que têm como objetivo diminuir o nível de crédito malparado em alguns Estados-membros, têm sido implementadas nos últimos anos. Vários Estados-membros exigem que, antes de haver uma partilha do risco no setor bancário, esse risco tem de diminuir.

Neste momento, há também um grupo de trabalho dentro do Eurogrupo que deverá apresentar um relatório sobre o EDIS a 13 de junho, segundo a agenda oficial da reunião dos ministros das Finanças. Este tipo de relatórios sobre o crédito malparado tem vindo a concluir que a redução do risco continua a ser feita. Há um ano, Mário Centeno argumentava que era necessário avançar para um sistema europeu de garantia de depósitos "de forma a evitar que uma corrida aos bancos se repita na Europa".

O crédito é considerado malparado quando não há pagamento das prestações por 90 ou mais dias ou então quando ainda está a ser pago, mas é improvável que tal continue no futuro.
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