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Centeno: "Não podemos construir trincheiras" na reforma do euro
O presidente do Eurogrupo volta a elogiar as propostas de França e da Alemanha mas pede paciência e uma postura construtiva num debate que vai exigir “paciência” e “determinação política”.
Mário Centeno volta a elogiar as propostas de França e da Alemanha para a reforma do euro e pede aos países contributos e uma posição construtiva num debate que vai exigir "paciência" e "determinação política".
"Para alguns, um instrumento orçamental ou um orçamento da Zona Euro é uma prioridade chave. Esta ideia tem levantado preocupações relativamente ao risco moral e a transferências permanentes, que não podem ser ignoradas e devem ser tidas em conta", refere, num artigo de opinião publicado no Eco a dois dias da Cimeira do Euro, em Bruxelas.
Considerando que as propostas da Alemanha e da França são "um contributo positivo", como já tem vindo a referir, e na sequência das reservas levantadas, Centeno desafia os outros países a apresentar propostas de forma construtiva. "Não podemos construir trincheiras em torno de linhas vermelhas na negociação. O sucesso do euro resulta da nossa vontade política", escreve.
O presidente do Eurogrupo avisa que a reforma do euro não será um "big bang".
"Esse não seria o caminho mais eficaz para reformar o euro. Uma das propostas chave sobre a mesa é fazer do Mecanismo Europeu de Estabilidade uma rede de segurança de último recurso (‘backstop’) para a resolução bancária. Assim evitaremos de forma credível que bancos em dificuldade prejudiquem no futuro as nossas economias e os nossos contribuintes".
O MEE pode passar a ter "novas ferramentas" para lidar com as crises soberanas. "E, ao mesmo tempo, estamos prontos para abrir o caminho a discussões políticas no sentido de criar um sistema europeu de garantia de depósitos, de forma a evitar que uma corrida aos bancos se repita na Europa", admite Centeno.