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Merkel e Macron querem harmonizar impostos às empresas. Veja as principais propostas para a UE
Entre as medidas acordadas por Merkel e Macron na cimeira bilateral desta terça-feira consta a garantia de que os dois países vão unir esforços para "acelerar o projecto europeu de harmonização dos impostos sobre as empresas na Europa".
A atenção mediática prestada às propostas anunciadas por Angela Merkel e Emmanuel Macron para o futuro da União Europeia, e da Zona Euro em particular, centrou-se sobretudo nas medidas referentes à constituição de um orçamento comum no bloco do euro e ao reforço da cooperação na gestão da imigração. No entanto, a declaração conjunta a que o Negócios teve acesso elenca dezenas de medidas entre as quais a intenção de harmonizar, na Europa, a carga fiscal aplicada sobre as empresas.
A "Declaração de Meseberg" (local onde esta terça-feira decorreu o anual conselho de ministros conjunto dos governos alemão e francês) mostra que a chanceler da Alemanha e o presidente da França se propõem juntar esforços para estabelecer um "sistema de impostos comum sobre as empresas".
"Vamos promover de forma conjunta por forma a apoiar e acelerar o projecto europeu de harmonização dos impostos sobre as empresas", pode ler-se na declaração formulada pelos governos liderados por Merkel e Macron. O objectivo da chanceler alemã e do presidente francês passa ainda por assegurar que até ao final de 2018 a UE alcance um acordo para uma "taxação justa" de gigantes tecnológicas tais como a Google ou o Facebook.
Política externa, segurança e defesa: reforço da coordenação europeia em questões relacionadas com as Nações Unidas; prosseguir esforços para uma mais integrada defesa europeia.
Desenvolvimento, migrações e asilo: relançar uma agenda abrangente para as migrações mediante o reforço da cooperação e apoio concedido a países de origem e de trânsito apostando em acordos de parceria como o assinado com a Turquia; reforço de meios da agência Frontex para melhorar a protecção das fronteiras externas da UE; criar um sistema de asilo comum europeu capaz de assegurar uma justa distribuição dos esforços de solidariedade; reduzir os movimentos secundários dentro da UE (refugiados acolhidos num Estado-membros que depois vão para outro país da União); duas medidas-chave para o longo prazo: constituir uma polícia fronteiriça europeia a partir da Frontex e criar um Gabinete Europeu de Asilo que harmonize as práticas entre os diferentes Estados-membros; apostar na parceria com África ao nível da segurança e desenvolvimento.
Competitividade e política económica: desenvolver a ligação entre os fundos estruturais e a coordenação de políticas económicas ao nível europeu com o objectivo de reforçar a convergência económica, social e orçamental; aprofundar o mercado único europeu; reafirmar o compromisso com o multilateralismo.
Impostos: promoção de um "sistema de impostos comum sobre as empresas"; e alcançar um acordo até ao fim de 2018 para definir uma taxação justa das grandes multinacionais do sector tecnológico.
União Económica e Monetária: transformar o Mecanismo Europeu de Estabilidade (MEE) num fundo monetário da Zona Euro e conferir ao MEE a capacidade de se constituir como uma rede de segurança para o Fundo Único de Resolução; é reafirmado o compromisso para que sejam alcançados avanços "decisivos" com vista a uma união de mercados de capitais ao nível europeu; constituição de um orçamento comum no seio da Zona Euro até 2021, devendo os recursos provir tanto de contribuições nacionais como de impostos europeus e o montante ser definido numa lógica plurianual.
Pesquisa, inovação e ensino superior: lançamento de um centro franco-alemão de pesquisa na área da inteligência artificial; avançar com as primeiras "universidade europeias".
Clima: compromisso com a implementação do Acordo de Paris sobre Alterações Climáticas a todos os níveis; desenvolver uma estratégia europeia que permita à UE ser, em 2050, neutra ao nível de emissões de carbono.
Reforma das instituições europeias: trabalhar com vista à redução do número de comissários europeus para um número inferior ao de Estados-membros, tal como previsto no Tratado de Lisboa; avançar com listas transnacionais nas eleições para o Parlamento Europeu de 2024.
(Notícia actualizada com alteração do título)
A "Declaração de Meseberg" (local onde esta terça-feira decorreu o anual conselho de ministros conjunto dos governos alemão e francês) mostra que a chanceler da Alemanha e o presidente da França se propõem juntar esforços para estabelecer um "sistema de impostos comum sobre as empresas".
Documento
Conheça as principais propostas apresentadas pelos governos das duas maiores economias da Zona Euro
Política externa, segurança e defesa: reforço da coordenação europeia em questões relacionadas com as Nações Unidas; prosseguir esforços para uma mais integrada defesa europeia.
Desenvolvimento, migrações e asilo: relançar uma agenda abrangente para as migrações mediante o reforço da cooperação e apoio concedido a países de origem e de trânsito apostando em acordos de parceria como o assinado com a Turquia; reforço de meios da agência Frontex para melhorar a protecção das fronteiras externas da UE; criar um sistema de asilo comum europeu capaz de assegurar uma justa distribuição dos esforços de solidariedade; reduzir os movimentos secundários dentro da UE (refugiados acolhidos num Estado-membros que depois vão para outro país da União); duas medidas-chave para o longo prazo: constituir uma polícia fronteiriça europeia a partir da Frontex e criar um Gabinete Europeu de Asilo que harmonize as práticas entre os diferentes Estados-membros; apostar na parceria com África ao nível da segurança e desenvolvimento.
Competitividade e política económica: desenvolver a ligação entre os fundos estruturais e a coordenação de políticas económicas ao nível europeu com o objectivo de reforçar a convergência económica, social e orçamental; aprofundar o mercado único europeu; reafirmar o compromisso com o multilateralismo.
Impostos: promoção de um "sistema de impostos comum sobre as empresas"; e alcançar um acordo até ao fim de 2018 para definir uma taxação justa das grandes multinacionais do sector tecnológico.
União Económica e Monetária: transformar o Mecanismo Europeu de Estabilidade (MEE) num fundo monetário da Zona Euro e conferir ao MEE a capacidade de se constituir como uma rede de segurança para o Fundo Único de Resolução; é reafirmado o compromisso para que sejam alcançados avanços "decisivos" com vista a uma união de mercados de capitais ao nível europeu; constituição de um orçamento comum no seio da Zona Euro até 2021, devendo os recursos provir tanto de contribuições nacionais como de impostos europeus e o montante ser definido numa lógica plurianual.
Pesquisa, inovação e ensino superior: lançamento de um centro franco-alemão de pesquisa na área da inteligência artificial; avançar com as primeiras "universidade europeias".
Clima: compromisso com a implementação do Acordo de Paris sobre Alterações Climáticas a todos os níveis; desenvolver uma estratégia europeia que permita à UE ser, em 2050, neutra ao nível de emissões de carbono.
Reforma das instituições europeias: trabalhar com vista à redução do número de comissários europeus para um número inferior ao de Estados-membros, tal como previsto no Tratado de Lisboa; avançar com listas transnacionais nas eleições para o Parlamento Europeu de 2024.
(Notícia actualizada com alteração do título)