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Centeno diz que só decide recandidatura ao Eurogrupo perto do fim do mandato

O atual presidente do Eurogrupo mantém o tabu sobre se irá ou não recandidatar-se ao lugar. Mário Centeno diz que só decide perto de julho.

17 de Janeiro de 2020 às 12:17
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O ministro das Finanças só irá decidir se se recandidata a presidente do Eurogrupo mais perto do final do mandato que termina a 13 de julho. 

"O meu mandato termina a 13 de julho. Eu irei decidir sobre se vou candidatar-me ou não a um segundo mandato mais perto da data", afirmou Mário Centeno numa entrevista ao jornal alemão Süddeutsche Zeitung divulgada esta sexta-feira, 17 de janeiro. Esta semana completam-se dois anos desde que é presidente do Eurogrupo. 

Continua assim o tabu sobre a continuação de Centeno no Eurogrupo e no próprio Governo - é preciso ser-se ministro das Finanças de um país da Zona Euro para se ser presidente do Eurogrupo - a cerca de meio ano do fim do atual mandato. 

Em dezembro, o Expresso tinha noticiado que o ministro português teria apoios em Bruxelas para continuar, nomeadamente o do ministro irlandês das Finanças, Paschal Donohoe, cujo Governo está agora em risco dado que vai a eleições antecipadas em fevereiro

No entanto, Mário Centeno disse, também ao semanário, em dezembro, que ainda não equacionou a recandidatura ao Eurogrupo, acrescentando que é favorável à limitação dos mandatos nos políticos. 

"Estamos muito melhor preparados" para uma crise
Mantendo-se ou não no cargo, o ministro das Finanças admitiu que a "maior dificuldade [do cargo] é a falta de sincronia no ciclo político na Europa". Isto é, a mudança dos Governos nacionais após as eleições ou mesmo durante os mandatos dificultam a negociação de consensos dado que o equilíbrio das forças políticas e os interesses podem mudar ao longo do processo. 

"Muitas vezes temos de esperar para tomar decisões ou seguir em frente com discussões porque em algum país há uma eleição. Paga-se um preço disso em termos do processo de tomada de decisão", apontou. 

Ainda que haja dificuldades em alterar o 'status quo', Mário Centeno considera que a Zona Euro está "muito melhor preparada" para enfrentar uma crise atualmente. "As nossas instituições melhoraram muito comparado com o início da crise", argumentou, referindo-se ao Mecanismo Europeu de Estabilidade e a supervisão dos bancos, por exemplo.  

Reta final dedicada à união bancária
"Agora estou focado em concluir a agenda do primeiro semestre de 2020", afirmou Centeno na entrevista ao jornal alemão. Dentro do aprofundamento da União Económica e Monetária, o Eurogrupo irá focar-se na união bancária, sendo que mantém o otimismo sobre o sistema europeu de garantia de depósitos (EDIS), ainda que tenha falhado o objetivo de definir um calendário para a discussão ao nível político.

Apesar de admitir a "complexidade elevada" dos assuntos, o presidente do Eurogrupo considera que "será um sucesso" caso os ministros das Finanças da Zona Euro consigam completar o EDIS "antes do final deste ciclo institucional", isto é, até ao final dos cinco anos do atual mandato da Comissão Europeia e do Parlamento Europeu que arrancou no final de 2019.
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