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Sánchez fala com presidente da Catalunha e Cidadãos ameaça romper acordo

O líder do PSOE reúne-se esta terça-feira com o presidente do Governo da Catalunha. O Cidadãos avisa que deixará a mesa das negociações com o PSOE se Sánchez negociar o referendo sobre a independência da região com Puigdemont.

Reuters
14 de Março de 2016 às 14:27
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O mais recente desenvolvimento na política espanhola não é propriamente um passo em frente, mas antes um eventual passo atrás. O Cidadãos ameaçou, esta segunda-feira, 14 de Março, romper o pacto estabelecido com o PSOE se o secretário-geral socialista, Pedro Sánchez, discutir a realização de um referendo sobre a independência da Catalunha com o presidente do Governo autonómico desta região (Generalitat), Carles Puigdemont.

 

Ao final da manhã da próxima terça-feira, 15 de Março, Sánchez desloca-se até à Catalunha para uma reunião com Puigdemont, que tal como o seu antecessor pretende prosseguir um caminho rumo à independência. O líder do PSOE antecipa-se ao próprio primeiro-ministro em funções, Mariano Rajoy, que não se encontrou, nem conversou telefonicamente, com Puigdemont desde que este assumiu a presidência da Generalitat no passado dia 10 de Janeiro.

 

De acordo com o La Vanguardia, o Cidadãos não terá motivos para preocupação uma vez que a intenção de Pedro Sánchez passará por garantir a Puigdemont a sua indisponibilidade para promover a realização de um referendo popular sobre a independência da Catalunha. Ao invés e de acordo com aquilo que era já o compromisso eleitoral assumido pelo PSOE durante a campanha para as eleições gerais de 20 de Dezembro, Sánchez tentará consensualizar com o líder da Generalitat uma alteração ao estatuto autonómico da região que garanta maior autonomia.

 

Precavendo eventuais derivas do líder do PSOE, o Cidadãos pronunciou-se sobre o encontro de amanhã avisando que o partido liderado por Albert Rivera apresentará um "veto político" ao acordo assinado com o PSOE se os socialistas aceitarem negociar um referendo que coloca em causa a unidade do reino espanhol.

 

O responsável pela comunicação do Cidadãos, Fernando de Páramo, avisa que o partido se "levantará da mesa" de negociações com o PSOE se os socialistas se afastarem dos compromissos assumidos no "acordo de legislatura" PSOE-Cidadãos, entre os quais se destaca a rejeição de referendos independentistas.

 

Por outro lado, Páramo aproveitou para criticar Mariano Rajoy por, primeiro, ter rejeitado apresentar-se no Congresso (equivalente à Assembleia da República) para tentar ser investido como primeiro-ministro, para depois continuar a recusar associar-se ao pacto estabelecido entre o PSOE e o Cidadãos. Entretanto, o PP de Rajoy disse acreditar que as conversações com o PSOE poderão começar ainda esta semana, ignorando assim a garantia inúmeras vezes repetida por Sánchez de que recusa apoiar um Executivo liderado pelo ainda chefe do Governo espanhol.

Nesta altura, Sánchez e o PSOE acreditarão que as divisões internas no Podemos poderão levar o líder deste partido, Pablo Iglesias, a rever a sua posição de não apoio a um Governo sustentado num acordo PSOE-Cidadãos. Segundo refere o El País, entre os socialistas reina agora a convicção de que Iglesias pretenderá evitar o aprofundar das ruptura com as direcções regionais do Podemos, começando por não provocar novas eleições.

A poder eventualmente contribuir para uma mudança de estratégia do Podemos está também um barómetro da GAD3 para o jornal ABC, divulgado esta segunda-feira, que mostra que o debate da falhada investidura de Sánchez penalizou o Podemos e beneficiou os socialistas. 

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